Economia

BCE vê zona do euro em estágio relativamente avançado para explorar moeda digital

Durante discurso gravado em evento do BCE e da Comissão Europeia sobre o assunto, Christine Lagarde discutiu alguns pontos desse instrumento, mas sem dizer se ele poderia ou não ser adotado

Lagarde lembrou que as pessoas cada vez mais preferem fazer pagamentos por via digital, embora algumas também ainda desejem usar dinheiro em espécie (Alex Kraus/Getty Images)

Lagarde lembrou que as pessoas cada vez mais preferem fazer pagamentos por via digital, embora algumas também ainda desejem usar dinheiro em espécie (Alex Kraus/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de novembro de 2022 às 10h53.

Última atualização em 7 de novembro de 2022 às 11h29.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta segunda-feira que a zona do euro está em "estágio relativamente avançado" para explorar a eventual adoção de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês). Durante discurso gravado em evento do BCE e da Comissão Europeia sobre o assunto, ela discutiu alguns pontos desse instrumento, mas sem dizer se ele poderia ou não ser adotado.

Lagarde lembrou que as pessoas cada vez mais preferem fazer pagamentos por via digital, embora algumas também ainda desejem usar dinheiro em espécie. O BCE continuará a prover dinheiro em espécie, ressaltou.

Quer saber tudo sobre a política internacional? Assine a EXAME por menos de R$ 11/mês e fique por dentro.

Ao comentar sobre as criptomoedas, disse que elas eram "voláteis demais para servir como meios de pagamento". Já as stablecoins, elaboradas para seguirem a paridade de algum ativo, como o dólar, são vulneráveis a corridas contra elas, o que foi mostrado por exemplos recentes, acrescentou a autoridade. Ela disse que a regulação de ativos no setor de criptomoedas na região deve ajudar os consumidores a se proteger "contra alguns, alguns, dos riscos delas".

Lagarde disse que os pagamentos são um bem público "que não podem ficar apenas nas mãos do setor privado". Também afirmou que seria indesejável que a região ficasse dependente de tecnologias de pagamento estrangeiras.

A emissão de um euro digital poderia salvaguardar a confiança das pessoas, sendo possível convertê-lo em dinheiro físico. Além disso, a infraestrutura seria europeia, e seria permitida a inovação em pagamentos na zona do euro. De qualquer modo, a presidente do BCE afirmou que ainda estão sendo avaliados os riscos e os benefícios. Para ela, esse trabalho de análise "tem feito bom progresso".

Lagarde disse que entre as questões agora em discussão nessa frente estão um arcabouço legal para a eventual CBDC. Outra questão importante é a da privacidade, como ocorre com o dinheiro físico. O BCE não deseja acabar com a privacidade no uso de uma moeda digital, mas também deseja evitar usos indevidos, como para financiar o terrorismo ou a lavagem de dinheiro, comentou.

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:BCECriptomoedaseconomia-internacionalInflação

Mais de Economia

Crédito segue com expansão em concessões e redução de taxas, diz Campos Neto

Lula teme que revisão de gastos afete popularidade no Norte e Nordeste, dizem auxiliares

Haddad diz que governo precisa agir sobre ‘dinâmica do gasto’: ‘Não existe tabu para a área técnica’