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BCE está brincando de roleta russa com Grécia, diz ex-FMI

Declarações de que Banco Central Europeu pode cortar financiamento dos bancos gregos se algum acordo não for atingido é "mudança de 180 graus", diz Peter Doyle

Símbolo do euro na sede do Banco Central Europeu (BCE) (Simon Dawson/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 11h59.

São Paulo - O Banco Central Europeu ( BCE ) está fazendo um jogo de roleta russa com a Grécia , diz Peter Doyle, ex-conselheiro econômico da divisão europeia do FMI (Fundo Monetário Internacional), da onde saiu em 2012 com fortes divergências.

Ele se refere aos membros do BCE que tem sinalizado que bancos gregos poderiam ser excluídos do financiamento de emergência se o país não atingir um novo acordo com a União Europeia (UE) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) até o fim do mês.

Erkki Liikanen, do conselho de governo do BCE, disse que "alguma solução precisa ser encontrada, ou não vamos continuar emprestando".

Isolados dos mercados normais de financiamento, os bancos gregos tem um acesso a uma linha especial chamada Assistência de Liquidez Emergencial (ELA).

A vitória do partido de esquerda Syriza preocupou os mercados e disparou uma corrida bancária, tornando a linha ainda mais importante para manter a liquidez do sistema.

O BCE tem autonomia para decidir se empresta ou não - e no momento, ele parece estar agindo de forma a pressionar o novo governo a fazer um acordo e abandonar propostas mais extremas de corte e renegociação da dívida.

De acordo com Doyle, é uma postura incomum e irresponsável: "se você voltar para 2009 e em diante, vai ver que houve um esforço constante de nunca mostrar quais bancos estavam sendo apoiados. O que está ocorrendo agora é uma mudança de 180 graus em como os bancos centrais mundiais lidam com a crise; é realmente extraordinário e muito perigoso".

Mario Draghi, presidente do BCE, ganhou o status de salvador da zona do euro justamente quando fez o contrário. Com três palavras - "whatever it takes" ("o que for preciso") - em julho de 2012, ele deu a segurança para o mercado de que o euro seria preservado.

Yanis Varoufakis, ministro de Finanças da Grécia que está no centro das negociações, diz que não entende "porque eles não aceitariam uma extensão como sempre fazem nessas situações, pelo menos até o final do ano". Ele teve um encontro nesta manhã com Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), que classificou como "muito frutífero".

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Ele se refere aos membros do BCE que tem sinalizado que bancos gregos poderiam ser excluídos do financiamento de emergência se o país não atingir um novo acordo com a União Europeia (UE) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) até o fim do mês.

Erkki Liikanen, do conselho de governo do BCE, disse que "alguma solução precisa ser encontrada, ou não vamos continuar emprestando".

Isolados dos mercados normais de financiamento, os bancos gregos tem um acesso a uma linha especial chamada Assistência de Liquidez Emergencial (ELA).

A vitória do partido de esquerda Syriza preocupou os mercados e disparou uma corrida bancária, tornando a linha ainda mais importante para manter a liquidez do sistema.

O BCE tem autonomia para decidir se empresta ou não - e no momento, ele parece estar agindo de forma a pressionar o novo governo a fazer um acordo e abandonar propostas mais extremas de corte e renegociação da dívida.

De acordo com Doyle, é uma postura incomum e irresponsável: "se você voltar para 2009 e em diante, vai ver que houve um esforço constante de nunca mostrar quais bancos estavam sendo apoiados. O que está ocorrendo agora é uma mudança de 180 graus em como os bancos centrais mundiais lidam com a crise; é realmente extraordinário e muito perigoso".

Mario Draghi, presidente do BCE, ganhou o status de salvador da zona do euro justamente quando fez o contrário. Com três palavras - "whatever it takes" ("o que for preciso") - em julho de 2012, ele deu a segurança para o mercado de que o euro seria preservado.

Yanis Varoufakis, ministro de Finanças da Grécia que está no centro das negociações, diz que não entende "porque eles não aceitariam uma extensão como sempre fazem nessas situações, pelo menos até o final do ano". Ele teve um encontro nesta manhã com Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), que classificou como "muito frutífero".

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