Economia

BC vê inflação menor em 2017 e deve intensificar corte na Selic

Em relatório trimestral de inflação, o BC previu alta de 4 por cento do IPCA em 2017 pelo cenário de mercado, abaixo dos 4,2 por cento em fevereiro

BC também piorou sua perspectiva para o PIB neste ano, com expansão de 0,5 por cento (Adriano Machado/Reuters)

BC também piorou sua perspectiva para o PIB neste ano, com expansão de 0,5 por cento (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de março de 2017 às 08h43.

Última atualização em 30 de março de 2017 às 08h56.

Brasília - O Banco Central passou a ver inflação ainda mais baixa em 2017, ainda mais abaixo do centro da meta oficial, e também deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos diante da desinflação mais difundida.

"A consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom", informou BC nesta quinta-feira ao publicar seu Relatório Trimestral de Inflação.

Desde que iniciou o ciclo de afrouxamento, em outubro do ano passado, o BC já reduziu a Selic em 2 pontos percentuais, aos atuais 12,25 por cento ao ano. Foram dois cortes iniciais de 0,25 ponto percentual e depois dois de 0,75 ponto.

"Essa 'intensificação moderada' sinaliza que ele (BC) provavelmente está pensando num corte de 1 ponto, e não em 1,25 ponto (em abril)", afirmou aeconomista-chefe da consultoria Rosenberg, Thais Zara, referindo-se ao próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

O BC também destacou a importância de 2019 para a condução da política monetária ao assinalar que "a extensão do ciclo de flexibilização monetária, inclusive as taxas vigentes ao longo de 2018, dependerá das projeções e expectativas de inflação para 2019, mas também das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira".

Diante de dados favoráveis para a inflação e do cenário de ancoragem das expectativas, o mercado passou a esperar que o BC irá acelerar o ritmo de corte da Selic a 1 ponto já em abril.

No relatório de inflação, o BC previu alta de 4 por cento do IPCA em 2017 pelo cenário de mercado, abaixo dos 4,2 por cento em fevereiro e do centro da meta oficial, de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para 2018, seguiu projetando avanço de 4,5 por cento e, para o primeiro trimestre de 2019, a expectativa é de o IPCA subindo 4,6 por cento em 12 meses.

Na pesquisa Focus mais recente, feita pelo BC com uma centena de economistas todas as semanas, a perspectiva para a inflação em 2017 caiu pela terceira semana seguida, a 4,12 por cento.

O BC também piorou sua perspectiva para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, com expansão de 0,5 por cento, contra 0,8 por cento antes, diante do nível ainda elevado de ociosidade, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.

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