Economia

BC vê expansão mais moderada do crédito em 2014, alta de 13%

BC, que vê a desaceleração como fator de sustentabilidade, projeta para o próximo ano aumento do crédito total de 13 por cento


	Dinheiro: para este ano, a expansão do crédito foi reduzida para 14 por cento, ante previsão anterior de 15 por cento, com o volume de empréstimos e financiamentos representando 56 por cento do PIB
 (Diego Giudice/Bloomberg News)

Dinheiro: para este ano, a expansão do crédito foi reduzida para 14 por cento, ante previsão anterior de 15 por cento, com o volume de empréstimos e financiamentos representando 56 por cento do PIB (Diego Giudice/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 13h54.

Brasília - Juros altos, menor capacidade de empréstimo pelo BNDES e financiamentos imobiliários menos volumosos vão agir para desacelerar a expansão do crédito no Brasil em 2014, fazendo com que essa variável reduza sua influência no crescimento da economia, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central.

O BC, que vê a desaceleração como fator de sustentabilidade, projeta para o próximo ano aumento do crédito total --recursos livres e direcionados-- de 13 por cento, com o estoque total de empréstimos e financiamentos alcançando 58 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Para este ano, a expansão do crédito foi reduzida para 14 por cento, ante previsão anterior de 15 por cento, com o volume de empréstimos e financiamentos representando 56 por cento do PIB. O cálculo embute projeções de alta de 23 por cento no crédito direcionado e de 8 por cento no crédito livre. Em 2012, o crédito cresceu 16,4 por cento.

"O crédito segue em trajetória de crescimento, isso implica participação do crédito/PIB mais elevada, implica também continuidade do crescimento, mas em ritmo menor. Há moderação com convergência mais favorável para sustentabilidade desse movimento", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

A redução da concessão de crédito imobiliário pelos bancos públicos e menores desembolsos do BNDES nortearam a estimativa. Para 2014, o BC vê o crédito direcionado avançando 17 por cento, e expansão de 10 por cento para o crédito com recursos livres.

A previsão de desaceleração do crédito também levou em consideração juros mais altos.


O BC tem elevado desde abril a taxa básica de juros para conter a inflação, levando a Selic da mínima histórica de 7,25 por cento para 10 por cento ano, e a expectativa é que esse movimento se estenda em 2014.

Resultados de novembro

Em novembro, a inadimplência e o spread bancário recuaram ante outubro, enquanto a taxa de juros subiu refletindo a continuidade do aperto monetário.

A inadimplência no mercado de crédito no segmento de recursos livres recuou para 4,8 por cento em novembro, ante 5 por cento em outubro, alcançando o menor patamar desde março de 2011, quando foi de 4,65 por cento.

A queda na inadimplência, segundo o BC, reflete a maior disponibilidade de renda de famílias e empresas e maior cautela dos bancos na concessão de empréstimos.

Levando em conta os recursos totais no mercado de crédito, incluindo também os recursos direcionados, a inadimplência recuou para 3,1 por cento, ante 3,2 por cento em outubro, atingindo o menor nível da série histórica iniciada em março de 2011.

O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 1,5 por cento em novembro ante outubro, chegando a 2,647 trilhões de reais, ou 55,6 por cento do PIB.

Em novembro, o spread bancário com recursos livres recuou para 18,1 pontos percentuais, ante 18,4 pontos percentuais em outubro. No crédito total, o spread ficou em 11,5 pontos percentuais, ante 11,6 pontos em outubro.

A taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou novembro em 29,3 por cento ao ano, acima da taxa de 29 por cento em outubro. No crédito total, os juros ficaram em 20 por cento no mês passado, ante 19,8 por cento em outubro.

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