Economia

BC trabalha por IPCA na meta no futuro próximo, diz diretor

Luiz Awazu Pereira repetiu que a política monetária age com defasagens e de maneira cumulativa para segurar a inflação


	Consumidor confere o preço de um produto: BC já elevou a taxa básica de juros em 3,75 pontos percentuais para combater a alta dos preços
 (Tânia Rêgo/ABr)

Consumidor confere o preço de um produto: BC já elevou a taxa básica de juros em 3,75 pontos percentuais para combater a alta dos preços (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2014 às 16h17.

São Paulo - O diretor de Assuntos Internacionais e de Regulação do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, disse nesta quinta-feira que a autoridade monetária trabalha para trazer o IPCA para a meta "num futuro próximo" e repetiu que a política monetária age com defasagens e de maneira cumulativa para segurar a inflação.

O BC já elevou a taxa básica de juros em 3,75 pontos percentuais para combater a alta dos preços, para o atual patamar de 11 por cento, mas as expectativas permanecem deterioradas e a inflação em 12 meses ainda ronda o teto da meta de 6,5 por cento pelo IPCA.

"O Banco Central está aparelhado e agindo para assegurar a estabilidade monetária à frente, trabalhando para trazer o IPCA para mais perto da meta no futuro próximo. É preciso lembrar que o aperto monetário se transmite e age com defasagem e de maneira cumulativa até tocar a inflação", afirmou o diretor do BC, em evento em São Paulo.

O discurso do diretor repete as mesmas linhas utilizadas pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, e por outros diretores sobre os efeitos que a política monetária ainda vão produzir na inflação.

Os comentários têm sido vistos como sinais de que o BC não deve mais elevar a Selic.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta o resultado de abril do IPCA. Segundo pesquisa Reuters, o IPCA provavelmente chegou a 6,42 por cento no acumulado em 12 meses até abril.

Awazu buscou traçar um cenário de otimismo sobre a economia brasileira, dizendo que, apesar dos desafios para tornar a economia mais dinâmica, o Brasil não passará por um período de forte turbulência.

"Não há fatalismo, não estamos condenados a crescimento baixo, nem inflação alta", afirmou.

Para o diretor, está sendo bem conduzido o processo pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, de redução gradual do programa de compra de ativos, mas que deverá ainda gerar alguma volatilidade nos mercados.

Ele disse ainda que já começa a ver avaliações mais equilibradas sobre o desempenho da economia brasileira no médio prazo, "sem excesso de pessimismo ou otimismo".

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