BC tem capacidade para enfrentar a crise?
O presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que todos os instrumentos estão à disposição e que reservas podem e devem ser utilizadas
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2015 às 14h18.
Com o dólar superando R$ 4,20 na máxima e os juros futuros apontando taxas de até 17,50% nesta quinta-feira, aumentou no mercado a especulação sobre o que o Banco Central pode fazer para evitar uma deterioração ainda mais profunda dos ativos brasileiros.
Alguns analistas defendem alta de juros e uso das reservas caso a pressão se acentue, embora ninguém acredite que, sem um desfecho da crise política, haverá solução consistente.
Perguntado nesta quinta-feira em entrevista coletiva sobre se considera vender dólares das reservas, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que todos os instrumentos estão à disposição e que reservas “podem e devem” ser utilizadas. Também afirmou que não há limitação de uso da política monetária.
Após os comentários de Tombini, o dólar esboçou um recuo, mas logo voltou a subir, sugerindo que o mercado vê o BC com força limitada para administrar a crise. O problema, na voz quase unânime dos analistas, é de confiança.
Segundo o estrategista do Goldman Sachs Alberto Ramos, o BC poderá continuar com os leilões de swap ou até mesmo vender dólares das reservas se entender que a disparada da moeda traz riscos para o sistema financeiro. A alta de juros também poderia ser considerada.
A queda do dólar e a pressão dos juros, porém, deve-se à deterioração macroeconômica e às incerteza políticas, diz Ramos. O Citigroup, em relatório, acrescenta que a volatilidade do mercado deverá persistir até que ocorra definição sobre impeachment.
Para Ramos, é indispensável uma estabilização do quadro político e um forte compromisso do governo com reformas. “O mercado entende as dificuldades fiscais de curto prazo. Mas é inexplicável o fato de não termos nenhuma agenda de médio e longo prazo de reformas que interrompam a alta inercial dos gastos públicos. E a reforma da Previdência é a principal”.
O estrategista James Gulbrandsen, diretor de investimentos para América Latina na NCH Capital, defende que BC eleve os juros em 3 pontos percentuais, de 14,25% para 17,25%, para conter as pressões inflacionárias e evitar que a dispara do dólar evolua para uma crise cambial.
O estrategista da NCH é cético quanto a intervenções cambiais. “Vender dólar não vai funcionar. Swaps não vão funcionar. Isso não funcionou por 3 anos. Por que funcionaria agora? Eles precisam ser corajosos”.
Com o dólar superando R$ 4,20 na máxima e os juros futuros apontando taxas de até 17,50% nesta quinta-feira, aumentou no mercado a especulação sobre o que o Banco Central pode fazer para evitar uma deterioração ainda mais profunda dos ativos brasileiros.
Alguns analistas defendem alta de juros e uso das reservas caso a pressão se acentue, embora ninguém acredite que, sem um desfecho da crise política, haverá solução consistente.
Perguntado nesta quinta-feira em entrevista coletiva sobre se considera vender dólares das reservas, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que todos os instrumentos estão à disposição e que reservas “podem e devem” ser utilizadas. Também afirmou que não há limitação de uso da política monetária.
Após os comentários de Tombini, o dólar esboçou um recuo, mas logo voltou a subir, sugerindo que o mercado vê o BC com força limitada para administrar a crise. O problema, na voz quase unânime dos analistas, é de confiança.
Segundo o estrategista do Goldman Sachs Alberto Ramos, o BC poderá continuar com os leilões de swap ou até mesmo vender dólares das reservas se entender que a disparada da moeda traz riscos para o sistema financeiro. A alta de juros também poderia ser considerada.
A queda do dólar e a pressão dos juros, porém, deve-se à deterioração macroeconômica e às incerteza políticas, diz Ramos. O Citigroup, em relatório, acrescenta que a volatilidade do mercado deverá persistir até que ocorra definição sobre impeachment.
Para Ramos, é indispensável uma estabilização do quadro político e um forte compromisso do governo com reformas. “O mercado entende as dificuldades fiscais de curto prazo. Mas é inexplicável o fato de não termos nenhuma agenda de médio e longo prazo de reformas que interrompam a alta inercial dos gastos públicos. E a reforma da Previdência é a principal”.
O estrategista James Gulbrandsen, diretor de investimentos para América Latina na NCH Capital, defende que BC eleve os juros em 3 pontos percentuais, de 14,25% para 17,25%, para conter as pressões inflacionárias e evitar que a dispara do dólar evolua para uma crise cambial.
O estrategista da NCH é cético quanto a intervenções cambiais. “Vender dólar não vai funcionar. Swaps não vão funcionar. Isso não funcionou por 3 anos. Por que funcionaria agora? Eles precisam ser corajosos”.