Meirelles: "os empréstimos continuarão sendo feitos. São legítimos. O que nós temos que ver é qual é o capital alocado para esses empréstimos" (Leonardo Benassatto/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 13h02.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2018 às 13h02.
Brasília - O Banco Central está preparando novas normas para que haja alocações "corretas" de capital pela Caixa Econômica Federal para empréstimos a Estados e municípios sem garantia do Tesouro, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
"Os empréstimos continuarão sendo feitos. São legítimos. O que nós temos que ver é qual é o capital alocado para esses empréstimos", disse ele. "Quem define a garantia que é necessária ou não para cada operação é o banco", acrescentou.
Segundo o ministro, o BC determina o critério de alocação de capital. Ou seja, dependerá do risco que estará exposto.
De acordo com Meirelles, a publicação das normas do BC deve sair em cerca de uma semana, com a criação de um sistema de ratings para os entes. Ele também defendeu que não houve irregularidade nas práticas anteriores, já que as normas existentes até então previam que esse tipo de financiamento pudesse ser concedido.
Na semana passada, a Caixa informou que suspendeu temporariamente a concessão de empréstimos para Estados e municípios sem garantia do Tesouro, dias após seu conselho de administração ter aprovado medidas para que o banco estatal tente melhorar seus níveis de capital.
A Caixa já havia divulgado que o crédito com garantias da União e para empresas de saneamento, dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional, seguia inalterado.
Questionado sobre a baixa intenção de voto que tinha em pesquisa Datafolha divulgada na véspera, Meirelles afirmou considerar o resultado natural tendo em vista que não decidiu se será ou não candidato à presidência da República.
"Essa decisão vou tomar até o início de abril. Portanto, eu não estou fazendo campanha, não estou fazendo carreatas, não estou fazendo comícios", afirmou ele. "Acho absolutamente razoável para alguém que sequer é candidato, que o índice das pesquisas esteja baixo", acrescentou.