Ilan Goldfajn: "agora estamos em recuperação, a economia está começando a crescer e a tendência é que investidores tenham mais oportunidades" (Lula Marques/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 11h18.
Davos - O Banco Central entrou em um novo ritmo de corte de juros, afirmou nesta quarta-feira o presidente do BC, Ilan Goldfajn, destacando que a redução de 0,75 ponto percentual adotada na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) representa este novo padrão.
Durante coletiva de imprensa em inglês no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, ele ressalvou, por outro lado, que a intensidade dos cortes nos juros básicos pode mudar em função de fatores como expectativas de inflação, projeções e nível da atividade econômica.
Na semana passada, o BC surpreendeu ao reduzir a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a 13 por cento ao ano, intensificando o ritmo de afrouxamento monetário para além do esperado pelo mercado diante de sinais de retomada econômica mais demorada após dois anos de profunda recessão.
No comunicado, o BC já havia citado que um "novo ritmo de flexibilização" havia sido estabelecido, diante da inflação mais disseminada, expectativas de inflação ancoradas e atividade econômica aquém do esperado.
"A decisão de intensificar foi baseada nas evidências dos últimos meses que basicamente nos apontaram que poderíamos bancar não apenas 0,50 ponto percentual, mas 0,75", disse Ilan.
Também presente à entrevista, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que economia brasileira será bastante atraente para investidores em função de sua recuperação, acrescentando ter recebido muitas manifestações de interesse no país durante conversas no Fórum.
Meirelles disse enxergar melhoria nos fundamentos econômicos brasileiros e que esse processo seguirá em curso.
"Agora estamos em recuperação, a economia está começando a crescer e a tendência é que investidores tenham mais oportunidades", afirmou.
"Nas conversas que tivemos aqui durante os últimos dias no Fórum, recebemos a indicação de várias grandes companhias que têm investimentos no Brasil de que agora estão pensando em investir substancialmente mais", completou o ministro.