BC do Japão diz que BCE não vai elevar iene contra o euro
Haruhiko Kuroda, afirmou que não vê motivos para que o iene se fortaleça contra o euro, em meio aos esforços do BCE para controlar ganhos
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2014 às 08h33.
Tóquio - O presidente do banco central do Japão , Haruhiko Kuroda, afirmou nesta sexta-feira que não vê motivos para que o iene se fortaleça contra o euro, em meio aos esforços do Banco Central Europeu ( BCE ) para controlar os ganhos do euro com seu pacote de estímulo.
As declarações foram feitas depois de o BC japonês manter a política monetária e oferecer uma avaliação mais otimista sobre o crescimento internacional, sinalizando confiança de que a economia está a caminho de cumprir sua meta de inflação no próximo ano sem estímulo adicional.
Na semana passada, o BCE tornou-se o primeiro grande banco central a adotar taxa de juros negativa, cobrando de instituições financeiras por deixarem fundos no BC, medida que para o mercado tem o objetivo parcial de controlar os ganhos do euro.
Alguns no BC japonês ficaram aliviados de ver que a medida do BCE não levou a uma forte recuperação do iene contra o euro. Kuroda alertou que tentativas explícitas dos europeus de enfraquecer o euro contra o iene não vão funcionar bem. "O Japão está avançando firmemente na direção da meta de preço de 2 por cento, mas ainda estamos a meio caminho de lá. Também planejamos continuar com nosso programa de estímulo até que a inflação de 2 por cento tenha sido alcançada", disse Kuroda em entrevista após a reunião do BC.
"Não acho que exista um motivo para que o iene se fortaleça contra o euro devido ao pacote de estímulo do BCE, incluindo taxas de juros negativas", disse ele.
Como amplamente esperado, o BC japonês manteve sua política monetária, sendo a qual prometeu elevar a base monetária em 60-70 trilhões de ienes (588-686 bilhões de dólares) por ano através de agressivas compras de ativos.
Sob o intenso estímulo lançado em abril do ano passado, o BC japonês prometeu dobrar a base monetária via agressivas compras de ativos para acabar com a deflação e acelerar a inflação ao consumidor a 2 por cento em cerca de dois anos.
Com a inflação ao consumidor tendo superado 1 por cento, Kuroda tem dito repetidamente que o Japão está fazendo progresso na direção de cumprir a meta de preços durante o ano fiscal que começa em abril de 2015.