Economia

BC deve cortar a Selic em 1 ponto percentual, avaliam economistas

A semana começa com a expectativa de mais um corte na taxa básica de juros (Selic) por parte do Comitê de Política Monetária do Banco Central. A maioria dos analistas acredita em um corte de um ponto percentual, reduzindo a taxa para 19% ao ano. Para o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h37.

A semana começa com a expectativa de mais um corte na taxa básica de juros (Selic) por parte do Comitê de Política Monetária do Banco Central. A maioria dos analistas acredita em um corte de um ponto percentual, reduzindo a taxa para 19% ao ano.

Para o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, eventuais descompassos entre oferta e demanda não devam se refletir na inflação - e sim na balança comercial. "Essa preocupação expressa na última ata sinaliza que nesta próxima reunião a queda da taxa básica de juros deverá ser inferior à da última [reunião]. A expectativa do Bradesco é a de que a taxa Selic será rebaixada em 1 ponto percentual nesta reunião."

Para o banco, as expectativas de mercado são de cada vez

menor depreciação cambial daqui para frente. "Interessante

observar que o deslocamento da taxa de câmbio esperada para 2004 não vem sendo seguida por mudanças nas expectativas de taxa de inflação para o ano que vem. Isso mais uma vez corrobora a expectativa de queda de taxa de juros de um ponto percentual nessa próxima reunião do Copom", afirma o Bradesco em seu relatório diário.

"O Banco Central deve ser cauteloso em reduzir a taxa real de juros para que não fique abaixo de um valor de equilíbrio, evitando uma aceleração muito rápida da economia. Acreditamos que, neste mês, a queda deva ser de um ponto percentual", afirma Aldo Ramos, analista econômico do Banif Primus Asset Management. "Após os cortes expressivos nas reuniões de agosto e setembro, o BC conseguiu frear as expectativas após a divulgação da ata de setembro, ao indicar que não deve haver novas quedas substanciais da Selic."

Os analistas do Unibanco também esperam que o BC faça cortes, menores que os anteriores, mas ressalvam que não é hora de frear a redução. "A taxa básica de juros deve fechar o ano em 17,5% em 2003 e em 15% em 2004", avalia o Unibanco. "É natural que o Copom comece a trabalhar com cortes inferiores a dois pontos percentuais. Mas não há razão técnica para cessar os cortes antes do final do ano." O banco acredita que, a partir de 2004, é capaz que a redução pare e que o BC mantenha a Selic estável por mais tempo para ver os rumos da economia.

O departamento de análises do Lloyds TSB, recentemente comprado pelo HSBC, também acredita que, diante das perspectivas para inflação e "os frágeis (mas promissores) sinais de recuperação da atividade econômica", indicam um corte de um ponto percentual nesta reunião do Copom.

Mas há quem acredite que há espaço para um corte maior, de 1,5 ponto percentual, mesmo acreditando que o BC será mais conservador. "Mantemos nossa expectativa de corte da taxa básica de juros de 1,5 ponto, de 20% para 18,5%, na próxima reunião do Copom", afirmam os analistas do CSFB. Para o médio prazo, o banco projeta uma Selic de 17% ao final de 2003 e de juros de 15% em meados do primeiro semestre de 2004. "Apesar disso, entendemos que é bastante significativa a probabilidade de o Banco Central optar por uma queda de 100 pontos base na próxima reunião do Copom."

Para o banco, os indicadores de agosto sugerem uma ligeira aceleração da atividade econômica. "A incerteza sobre a reação do consumo à menor taxa de juros e, principalmente, ao aumento da confiança de consumidores e produtores pode levar o Banco Central a optar por uma estratégia mais cautelosa na queda de juros. Isso evitaria um possível recrudescimento da inflação por conta da pressão advinda do canal de crédito."

Vice volta a reclamar; Palocci pede redução

Na semana de definição da taxa, o vice-presidente da República, José Alencar, voltou a tratar do tema. "Nós temos spread no mercado que chega a 700% acima da taxa básica, isso é realmente alguma coisa que significa um equívoco aceitar. Isso o Brasil tem que mudar", disse ele à Agência Brasil, em São Paulo. O vice acrescentou que as taxas de juros básicas são altas no Brasil em relação aos outros países com os quais o Brasil pode ser comparado. "Não há razão para pagar taxas tão altas", afirmou. De acordo com ele, a taxa nominal de países equiparados com o Brasil é de 1% a 2% ao ano.

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou nesta segunda-feira (20/10) esperar que os juros voltem a cair, mas ressaltou que a decisão a ser tomada pelo Copom é técnica. "Espero que sim", disse Palocci a jornalistas ao ser questionado se os juros serão reduzidos. "A decisão que cabe ao governo é estabelecer a meta de inflação. À medida em que os componentes dos indicadores macroeconômicos forem caindo, os juros vão caindo também."

"Vamos trabalhar para que ao longo do tempo o Brasil possa ter juros menores. Este ano, tudo evoluiu de maneira favorável para que os juros pudessem cair e o Brasil, iniciar seu processo de crescimento", disse Palocci.

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