Economia

BC desconfiava de problemas no Panamericano desde julho, diz Meirelles

Ele ressaltou ainda que o Copom, muitas vezes, tem informações não disponíveis para o mercado

Agência do Banco PanAmericano (EXAME/EXAME.com)

Agência do Banco PanAmericano (EXAME/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2010 às 21h59.

Brasília - Há quatro meses, o Banco Central (BC) desconfiava dos problemas no Banco Panamericano, embora não pudesse na época identificar a instituição que estava provocando desequilíbrios no sistema financeiro. A afirmação é do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em reunião com economistas em São Paulo hoje (25).

De acordo com gravação em vídeo da reunião divulgada na página do Banco Central na internet, Meirelles disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) havia detectado problemas no sistema financeiro em julho. Segundo ele, a situação poderia gerar risco para o sistema de crédito no médio prazo se não fosse resolvida da forma correta.

 "O relevante é que o BC tinha a informação já para o Copom de julho, e certamente para o de setembro, que havia um problema", afirmou o presidente do Banco Central.

Segundo Meirelles, o BC levou certo tempo para descobrir o tamanho do problema e constatar que apenas uma instituição estava afetada pelos desequilíbrios. Ele ressaltou ainda que o Copom, muitas vezes, tem informações não disponíveis para o mercado.

A cada 45 dias, o Copom se reúne para definir a taxa de juros básicos da economia (Selic). A decisão é tomada com base em levantamentos de cada diretoria do Banco Central sobre as condições da economia brasileira, inclusive a situação do sistema financeiro. Na reunião de julho, o Copom elevou a taxa Selic em 0,25 ponto para 10,75% ao ano. Nos encontros seguintes, a taxa foi mantida.

Pertencente ao Grupo Silvio Santos, o Banco Panamericano recebeu um aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir um rombo na contabilidade de operações de crédito. O banco havia vendido carteiras de crédito a instituições financeiras de grande porte, mas continuava a registrar essas operações como ativos, como se a venda nunca tivesse ocorrido. A fraude aumentava os lucros do Panamericano.

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