Economia

BC: compulsório fará parte do futuro colchão de liquidez

Brasília - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que os depósitos compulsórios farão parte da futura exigência de "colchões de liquidez" decididos pelo comitê de Basileia. Segundo ele, o Brasil vai detalhar em momento oportuno esse novo instrumento. "Isso não existia e será implantado com os compulsórios", disse ele em entrevista coletiva. […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Brasília - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que os depósitos compulsórios farão parte da futura exigência de "colchões de liquidez" decididos pelo comitê de Basileia. Segundo ele, o Brasil vai detalhar em momento oportuno esse novo instrumento. "Isso não existia e será implantado com os compulsórios", disse ele em entrevista coletiva.

"Não há dúvida de que o compulsório em espécie é o que tem melhor garantia de liquidez", completou Meirelles, ao defender a medida anunciada hoje que determina que 100% do depósito compulsório a prazo deverá ser recolhido em dinheiro que será remunerado pela taxa Selic. Atualmente, 45% desse recolhimento é feito em títulos públicos.

Segundo ele, o dinheiro em espécie é mais adequado para os momentos de estresse. Nessas ocasiões, se as instituições financeiras precisarem vender os ativos rapidamente, o preço desses papéis cai rapidamente, o que acaba agravando a crise. Se o recolhimento for feito apenas em dinheiro, essa desvalorização do ativo não acontece dessa forma. "Ele (o dinheiro em espécie) não depende do preço e não varia de preço conforme o mercado", explicou.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, afirmou que o compulsório não é mais um instrumento de política monetária. Segundo ele, no mundo todo, essa ferramenta cada vez mais tem sido vista como um instrumento de caráter prudencial. "Estamos vivendo um momento de inflexão na reflexão sobre os compulsórios, que agora cada vez mais passam a ser encarados como um colchão de liquidez", disse em entrevista coletiva.

Pouco antes, o diretor havia afirmado que a reversão das medidas do compulsório era "neutra" do ponto de vista das taxas de juros da economia. "Estamos tratando apenas de equilibrar a oferta de dinheiro e de papéis na economia", disse Aldo.

Sobre o fato de os compulsórios serem considerados pelos bancos como um custo que no final das contas é repassado aos clientes, o diretor afirmou que o BC não está aumentando nenhum custo que já não existisse antes da crise. Ele enfatizou que o controle da inflação é feito por meio da definição da taxa de juros básica pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

 

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralEmpréstimosExecutivos brasileirosFinanciamento de grandes empresasHenrique MeirellesMercado financeiroPersonalidades

Mais de Economia

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor

Opinião: nem as SAFs escapam da reforma tributária

Lula diz que governo e Congresso não gostam de cortes, mas que medidas são importantes