Expectativa do BC levou em conta a continuidade da desaceleração da atividade econômica no trimestre encerrado em novembro de 2014 e indicadores antecedentes para 2015 (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 11h28.
Brasília - O ritmo de crescimento da economia brasileira tende a se manter abaixo do potencial, informou o Banco Central em seu Boletim Regional divulgado nesta terça-feira, citando entre os motivos da perda de dinamismo o reduzido patamar de confiança de empresários e consumidores.
"O ritmo da atividade da economia brasileira permaneceu moderado no decorrer do segundo semestre de 2014. Prospectivamente, o ritmo de expansão da atividade doméstica tende a ser inferior ao potencial nos próximos trimestres."
A avaliação feita pelo BC levou em conta a continuidade da desaceleração da atividade econômica no trimestre encerrado em novembro do ano passado e indicadores antecedentes para 2015.
No documento, o BC expõe que apenas as regiões Norte e Sul apresentaram expansão no trimestre finalizado em novembro. Ainda assim, para os Estados do Sul, a autoridade monetária não vê continuidade de crescimento.
"Essa trajetória de recuperação tende a moderar no início de 2015, em ambiente de confiança dos empresários e consumidores em patamar reduzido."
De acordo com o documento, no período analisado, a região Norte mostrou dinamismo influenciada principalmente pela indústria extrativa do Pará. O Sul mostrou aceleração por desempenho da indústria e vendas do varejo.
Conforme o Boletim Regional, a economia do Nordeste, sustentada por programas de transferências de renda e projetos de investimentos, se expandiu em ritmo moderado.
Na região Centro-Oeste houve desaceleração por menor intensidade da atividade agrícola. Já o Sudeste continuou em desaceleração em ambiente de perda de dinamismo da indústria de transformação.
A avaliação do BC sobre desaceleração nos próximos trimestres é convergente com a análise de analistas, que projetam para 2015 um ano de estagnação.
Pesquisa Focus do BC divulgada na segunda-feira mostrou que os economistas de insituições financeiras preveem crescimento zero em 2015.
Em esforço para melhorar a confiança dos agentes na economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff falou a empresários e sindicalistas em reunião em Brasília na segunda-feira que as medidas de ajustes adotadas por seu governo irão apresentar resultados em prazo razoavelmente curto e que o país continua a oferecer oportunidades de investimento.