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BC agiu tarde para conter inflação, diz "The Economist"

Com o título "Atrás da curva", a reportagem diz que o BC "age tardiamente para trazer os preços de volta ao controle"

A reportagem diz ainda que a inflação alta tem atingido, especialmente, as famílias de menor renda, o que pode prejudicar Dilma nas eleições de 2014 (REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2013 às 16h05.

Londres - O Banco Central (BC) agiu tarde para controlar a inflação. A avaliação está numa reportagem publicada na nova edição da revista britânica "The Economist" que chega às bancas nesta quinta-feira. Com o título "Atrás da curva", a reportagem diz que o BC "age tardiamente para trazer os preços de volta ao controle".

"Um banco central sabe que perdeu o controle das expectativas de inflação quando o aumento de preços vira motivo de piada. No Brasil, as piadas foram com o tomate, que ficou muito caro após inundações, secas e o aumento nos custos do frete", diz o texto.

"Mas os números publicados em 10 de abril mostram que o problema da inflação vai muito além da salada. Os preços subiram 6,6% durante o ano passado, rompendo a faixa de tolerância da meta do BC", diz a reportagem, ao lembrar que mais de dois terços dos preços consultados para o cálculo da inflação subiram em março.

Uma das razões para o BC ter mantido o juro estável por tanto tempo, diz a reportagem, era a leitura de que a inflação era alimentada por pressões transitórias, como a moeda mais fraca e o pico da comida. Diante do cenário, a "The Economist" diz que o aumento do juro anunciado nesta quarta-feira (17) foi "tardio" e num momento em que a economia não dá sinais de força.

"Menos empregos estão sendo criados. A produção industrial e o Índice de Atividade Econômica caíram em fevereiro. O núcleo das vendas no varejo caiu pela primeira vez em quase uma década, um sinal particularmente preocupante, dado que apenas o consumo doméstico manteve o Brasil fora da recessão em 2012."

De acordo com a revista, ainda que atrasado, o aumento do juro "sugere que o BC reconhece que precisa recuperar alguma credibilidade perdida".

"Sua independência operacional tem sido questionada desde agosto de 2011, quando cortou as taxas mesmo com a inflação em 7,1% - e manteve os cortes mesmo com a inflação acima da meta", diz. "A presidente Dilma Rousseff tem alardeado, desde então, que as taxas de juros mais baixas são uma 'conquista' do governo."

A reportagem diz ainda que a inflação alta tem atingido, especialmente, as famílias de menor renda, o que pode prejudicar Dilma nas eleições de 2014.

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Londres - O Banco Central (BC) agiu tarde para controlar a inflação. A avaliação está numa reportagem publicada na nova edição da revista britânica "The Economist" que chega às bancas nesta quinta-feira. Com o título "Atrás da curva", a reportagem diz que o BC "age tardiamente para trazer os preços de volta ao controle".

"Um banco central sabe que perdeu o controle das expectativas de inflação quando o aumento de preços vira motivo de piada. No Brasil, as piadas foram com o tomate, que ficou muito caro após inundações, secas e o aumento nos custos do frete", diz o texto.

"Mas os números publicados em 10 de abril mostram que o problema da inflação vai muito além da salada. Os preços subiram 6,6% durante o ano passado, rompendo a faixa de tolerância da meta do BC", diz a reportagem, ao lembrar que mais de dois terços dos preços consultados para o cálculo da inflação subiram em março.

Uma das razões para o BC ter mantido o juro estável por tanto tempo, diz a reportagem, era a leitura de que a inflação era alimentada por pressões transitórias, como a moeda mais fraca e o pico da comida. Diante do cenário, a "The Economist" diz que o aumento do juro anunciado nesta quarta-feira (17) foi "tardio" e num momento em que a economia não dá sinais de força.

"Menos empregos estão sendo criados. A produção industrial e o Índice de Atividade Econômica caíram em fevereiro. O núcleo das vendas no varejo caiu pela primeira vez em quase uma década, um sinal particularmente preocupante, dado que apenas o consumo doméstico manteve o Brasil fora da recessão em 2012."

De acordo com a revista, ainda que atrasado, o aumento do juro "sugere que o BC reconhece que precisa recuperar alguma credibilidade perdida".

"Sua independência operacional tem sido questionada desde agosto de 2011, quando cortou as taxas mesmo com a inflação em 7,1% - e manteve os cortes mesmo com a inflação acima da meta", diz. "A presidente Dilma Rousseff tem alardeado, desde então, que as taxas de juros mais baixas são uma 'conquista' do governo."

A reportagem diz ainda que a inflação alta tem atingido, especialmente, as famílias de menor renda, o que pode prejudicar Dilma nas eleições de 2014.

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