Economia

Barroso diz que UE precisa de equilíbrio e austeridade

"É preciso encontrar o equilíbrio, fazem falta consolidação fiscal, ajustes orçamentários e investimentos", afirmou Barroso durante seu discurso


	O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso: ao mesmo tempo apontou que é preciso manter as políticas de reajuste fiscal e orçamentário
 (Frederick Florin/AFP)

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso: ao mesmo tempo apontou que é preciso manter as políticas de reajuste fiscal e orçamentário (Frederick Florin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2012 às 09h16.

Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, ressaltou nesta quinta-feira que os países da União Europeia (UE) precisam "encontrar o equilíbrio" entre as políticas de austeridade e a solidariedade dos mais prósperos com os países com dificuldades.

"É preciso encontrar o equilíbrio, fazem falta consolidação fiscal, ajustes orçamentários e investimentos", afirmou Barroso durante seu discurso em um debate sobre como equilibrar as políticas de austeridade e o crescimento econômico organizado pelo grupo Friends of Europe, em Bruxelas.

"É preciso solidariedade e responsabilidade, além de ajustes orçamentários", disse Barroso, que durante um fórum de empresários e representantes da sociedade civil dos 27 destacou que "estamos juntos nisso e só juntos poderemos superar a crise".

O presidente do Executivo comunitário disse também que "é importante que os esforços sejam justos e equitativos", já que a profundidade da crise que afeta a União produziu altos níveis de desemprego e uma recessão profunda.

Afirmou ainda que para combater a as altas taxas de desemprego que afetam a UE, e especialmente os países mais atingidos pela crise, a Comissão apresentará novas propostas.

Barroso alegou que 25% dos fundos europeus deveriam se dedicar à coesão social nesses momentos de crise, mas lembrou que há países da União que resistem a isso.

Quanto a isso, disse que "é difícil entender como muitos (Estados-membros) dizem que falta crescimento econômico e emprego, e quando chega a hora de votar (no Conselho Europeu), se manifestam contra as ideias realistas que são propostas".


Além disso, o dirigente ressaltou à cidadania europeia que "as decisões não são tomadas pela Comissão Europeia, mas pelos governos. Todas as decisões são tomadas por unanimidade dos governos".

Ao mesmo tempo apontou que é preciso manter as políticas de reajuste fiscal e orçamentário e considerou que "a política mais antissocial que existe é acumular dívida... Não se pode dizer que se gaste mais. Nada há mais antissocial que os altos níveis de dívida, que acaba afetando a saúde, a educação e os mais necessitados".

O representante se referiu aos casos de alguns países da União com mais dificuldades, como Portugal e Espanha, os quais opinou que, "seguindo as propostas da CE, ganharam um ano a mais para adaptar suas políticas" com o objetivo de atingir as metas de déficit.

"A solidariedade não é só uma necessidade ética, mas é indispensável para solucionar questões como as que a eurozona atravessa", afirmou o presidente do Executivo comunitário.

Por sua vez, a secretária-geral da Confederação Europeia de Sindicatos (Etuc, na sigla em inglês), Bernadette Ségol, considerou que as políticas de ajuste que os países em situação de crise no sul da Europa aplicam "não estão funcionando".

Em referência à necessidade do aumento da competitividade destavada por Barroso para sair da crise, Ségol se mostrou de acordo "sempre que os salários e as condições trabalhistas não piorem" e alertou que "se forem encontrada zonas de baixos salários sem proteção social no sul de Europeia será mau para todos".

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, se somará à reunião, à qual finalmente não irá o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, como foi anunciado inicialmente. 

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