Barroso adia julgamento sobre correção do FGTS e sinaliza mudança de voto
O posicionamento de Barroso também desagradou os contribuintes, que esperavam o pagamento retroativo dos valores atualizados
Agência de notícias
Publicado em 17 de outubro de 2023 às 07h45.
Depois de se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad , e outros integrantes do governo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu retirar de pauta o processo que discute a correção monetária do FGTS. A análise será reagendada para 8 de novembro.
O julgamento seria retomado nesta quarta-feira, 18. A ação preocupa o governo, que estima impacto de R$ 8,6 bilhões em quatro anos caso prevaleça a tese apresentada por Barroso. Ao votar em abril, ele defendeu que a atualização dos valores não deve ser abaixo da caderneta da poupança.
- Quando é a Black Friday 2023? Veja qual dia cai a data
- O que entra na Netflix esta semana? Veja os filmes e as séries
- Ser Educacional adia prazo de liquidação de oferta de R$ 200 milhões em debêntures
- Palestinos relatam bombardeio no sul de Gaza, onde refugiados se concentram
- IBGE diz que previsão é de recorde nas produções de soja, milho, trigo, sorgo e algodão em 2023
- Sequoia (SEQL3): oferta de debêntures fica em R$ 341,5 milhões
O posicionamento de Barroso também desagradou os contribuintes, que esperavam o pagamento retroativo dos valores atualizados. Para o ministro, contudo, o resultado do julgamento deve valer apenas para o futuro.
Correção do FGTS
Barroso, além de presidente do Supremo, é relator da ação. Atualmente, o FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) acrescida de 3%. O partido Solidariedade, autor do processo, argumenta que desde 1999 esse índice não é suficiente para repor o poder aquisitivo dos trabalhadores. Por isso, a legenda pede que a TR seja substituída por um indicador ligado à inflação, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com nota divulgada pelo STF, o ministro "reiterou sua posição de que considera os pontos importantes, mas que vê como injusto o financiamento habitacional ser feito por via da remuneração do FGTS do trabalhador abaixo dos índices da caderneta de poupança". A nota também diz que as partes acordaram em conversar novamente para buscar uma solução que "compatibilize os interesses em jogo".
Também participaram da reunião os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e das Cidades, Jader Filho, o advogado-geral da União, Jorge Messias, a presidente da Caixa, Rita Serrano, e a procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Lenzi Ruas de Almeida.
Até o julgamento ser suspenso em abril, apenas o ministro do STF André Mendonça havia votado. O placar está em dois a zero para que a correção dos valores do fundo seja no mínimo igual à da caderneta da poupança.