Economia

Barreto evita responder sobre impostos para bebidas

Secretário da Receita alegou ter um "compromisso urgente" ao ser questionado sobre o aumento de impostos sobre bebidas frias


	Carlos Alberto Barreto: secretário foi questionado sobre o fato de fabricantes terem afirmado que o governo publicou uma tabela de tributos diferente da anunciada
 (Renato Araújo/ABr)

Carlos Alberto Barreto: secretário foi questionado sobre o fato de fabricantes terem afirmado que o governo publicou uma tabela de tributos diferente da anunciada (Renato Araújo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 18h48.

Brasília - O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, não quis responder nesta quarta-feira, 30, a perguntas dos jornalistas sobre o aumento de impostos sobre bebidas frias, alegando ter um "compromisso urgente".

Durante entrevista coletiva para dar um balanço da entrega das declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), o secretário foi questionado sobre o fato de fabricantes terem afirmado que o governo federal publicou hoje no Diário Oficial da União uma tabela de tributos para a fabricação de bebidas frias diferente da anunciada ontem à noite pela Receita Federal. Além disso, segundo fabricantes do setor, o aumento de bebidas como cerveja e refrigerante será de pelo menos 5%, mais que os 1,3% anunciados ontem pelo próprio secretário.

Bastante irritado com a insistência dos jornalistas para saber do assunto, Barreto disse que, naquele momento, não comentaria o tema porque tinha um compromisso. Na agenda oficial do Ministério da Fazenda de hoje, o único evento de Barreto é a coletiva de imprensa, que começou cerca de 15 minutos após o horário marcado. Depois de dizer que teria que deixar o auditório onde ocorria a entrevista, o secretário ainda respondeu diversas dúvidas sobre o imposto de renda e gravou entrevista de vídeo.

Uma fonte graduada do setor de bebidas afirmou ao Broadcast que a tabela publicada hoje contém preços de referência 10% maiores, em média, do que a anunciada ontem. Segundo cálculos feitos por fabricantes de bebidas frias, como Ambev, Heineken, Coca-Cola, entre outros, os preços no atacado devem aumentar "pelo menos 5%", e não 1,3%, como disse ontem o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto. Para o consumidor, é possível que o aumento seja ainda maior, porque o varejo também pode repassar os custos mais elevados.

O próprio secretário da Receita Federal anunciou ontem o aumento do imposto das bebidas frias (refrigerantes, isotônicos, energéticos e refrescos), que entra em vigor em 1º de junho, às vésperas da Copa do Mundo, que começa em 12 de junho. Ontem, entretanto, Barreto disse que a expectativa da Receita era que o aumento dos preços ao consumidor será de 1,3%.

Acompanhe tudo sobre:ImpostosLeãoPolítica fiscalreceita-federal

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame