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Barreiras argentinas preocupam setor calçadista

Além da desvalorização do peso, que torna os produtos do Brasil mais caros por lá, e da inflação elevada, o temor é de que novas barreiras sejam impostas

Calçados: setor calcula que cargas retidas pelo governo argentino alcançam 730 mil pares de calçados no momento, o que significa prejuízo imediato de US$ 14 mi (practicalowl/Creative Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 16h37.

Rio - A situação econômica da Argentina aumentou a preocupação do setor calçadista brasileiro, que tem no país vizinho o segundo maior mercado externo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Além da desvalorização do peso, que torna os produtos do Brasil mais caros por lá, e da inflação elevada, que reduz o poder aquisitivo dos argentinos, o temor é de que novas barreiras sejam impostas.

O setor calcula que as cargas retidas pelo governo argentino alcançam 730 mil pares de calçados no momento, o que significa um prejuízo imediato de US$ 14 milhões.

Na terça-feira, 28, o presidente da Abicalçados, Heitor Klein, se reuniu, em Buenos Aires, com a subsecretária de Comércio Exterior da Argentina, Paula Español, para debater a situação. "Eles foram irredutíveis. Não conseguimos que se comprometessem em tentar agilizar o processo de liberação", afirmou Klein.

As condições macroeconômicas do país vizinho, no entanto, passaram ao largo da conversa. "Dá para perceber claramente que eles ainda estão tomando pé da situação. É uma equipe que recém chegou", disse. A Abicalçados teme um recrudescimento mais intenso das barreiras impostas a produtos do Brasil. "A Argentina preocupa muito. Eles concentram 10% das nossas exportações."

Em 2013, os embarques de calçados cresceram 0,2%, para US$ 1,095 bilhão, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A Argentina aparece em segundo lugar na lista de compradores, com US$ 118,88 milhões (-12,6% em relação a 2012). "O quadro está bastante difícil, talvez tenhamos de amargar por algum período. Pode haver recrudescimento. Precisamos conhecer qual é a disposição da Argentina", avalia Klein.

Emprego

O setor calçadista também está preocupado com a realidade do próprio setor no Brasil. Nos últimos dois anos, foram fechados quase 14 mil postos formais e trabalho, mesmo com a política de desoneração da folha de pagamento.

A permanência do real mais valorizado na última década e o crescimento da produção de calçados a base de plástico (cujo processo é mais mecanizado) determinaram o corte de vagas. Em 2013, a indústria de calçados demitiu 4.408 trabalhadores, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

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O setor calcula que as cargas retidas pelo governo argentino alcançam 730 mil pares de calçados no momento, o que significa um prejuízo imediato de US$ 14 milhões.

Na terça-feira, 28, o presidente da Abicalçados, Heitor Klein, se reuniu, em Buenos Aires, com a subsecretária de Comércio Exterior da Argentina, Paula Español, para debater a situação. "Eles foram irredutíveis. Não conseguimos que se comprometessem em tentar agilizar o processo de liberação", afirmou Klein.

As condições macroeconômicas do país vizinho, no entanto, passaram ao largo da conversa. "Dá para perceber claramente que eles ainda estão tomando pé da situação. É uma equipe que recém chegou", disse. A Abicalçados teme um recrudescimento mais intenso das barreiras impostas a produtos do Brasil. "A Argentina preocupa muito. Eles concentram 10% das nossas exportações."

Em 2013, os embarques de calçados cresceram 0,2%, para US$ 1,095 bilhão, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A Argentina aparece em segundo lugar na lista de compradores, com US$ 118,88 milhões (-12,6% em relação a 2012). "O quadro está bastante difícil, talvez tenhamos de amargar por algum período. Pode haver recrudescimento. Precisamos conhecer qual é a disposição da Argentina", avalia Klein.

Emprego

O setor calçadista também está preocupado com a realidade do próprio setor no Brasil. Nos últimos dois anos, foram fechados quase 14 mil postos formais e trabalho, mesmo com a política de desoneração da folha de pagamento.

A permanência do real mais valorizado na última década e o crescimento da produção de calçados a base de plástico (cujo processo é mais mecanizado) determinaram o corte de vagas. Em 2013, a indústria de calçados demitiu 4.408 trabalhadores, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

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