Economia

Barral defende intervenções do governo no câmbio

Rio - O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou hoje que as intervenções do governo no câmbio, comprando ou vendendo dólares, são necessárias para conter as oscilações bruscas da moeda. Segundo ele, as ações não conduzem a um embate entre o setor exportador brasileiro e as políticas do Ministério da […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Rio - O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou hoje que as intervenções do governo no câmbio, comprando ou vendendo dólares, são necessárias para conter as oscilações bruscas da moeda. Segundo ele, as ações não conduzem a um embate entre o setor exportador brasileiro e as políticas do Ministério da Fazenda e do Banco Central (BC) no País. "Evidentemente, há um debate dentro do governo (sobre o tema), mas o governo trabalha em conjunto", afirmou Barral, que participou hoje do XXII Forum Nacional no Rio.

"Por outro lado, a oscilação do câmbio, principalmente oscilações muito bruscas como a que vimos com o caso da crise da Europa, acabam sendo mais prejudiciais à exportação do que um dólar em patamar reduzido", acrescentou. Para ele, entre os exportadores brasileiros, "o custo da imprevisibilidade (do dólar) é muito mais alto do que o custo do dólar em um patamar mais baixo". Por isso, as intervenções do governo no câmbio estariam em consonância com o bem-estar dos exportadores brasileiros.

Barral comentou também as possíveis implicações para os exportadores brasileiros do cenário de turbulência na Europa. Na prática, de acordo com o ministro, os maiores mercados europeus consumidores de exportações brasileiras, que são a Alemanha e a Holanda, ainda não foram afetados negativamente pela crise econômica na Grécia. "O efeito da crise tem impacto muito grande, principalmente na confiabilidade dos negócios e de garantias. Mas não houve alastramento para os principais mercados (do Brasil)" disse.

Em sua palestra no evento, o ministro admitiu que existe uma carga tributária que onera a competitividade dos exportadores brasileiros, principalmente nas vendas externas de manufaturados. De janeiro a abril, as exportações de manufaturados já amargam um déficit de US$ 10 bilhões, acima do apurado em igual período do ano passado, quando o saldo negativo ficou em US$ 7 bilhões. Barral reconheceu que há um acúmulo de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre as exportações brasileiras, mas que este problema só pode ser resolvido por meio de uma reforma tributária.

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