Economia

Bancos têm perspectiva negativa no país em 2015, diz Moody's

O Brasil, a Argentina e a Bolívia mantêm condições mais frágeis e que minam possibilidades para o setor no ano que vem, segundo a agência


	Brasil: país continuará a "sofrer com o baixo crescimento econômico e a inflação persistente", diz Moody's
 (George Campos / USP Imagens)

Brasil: país continuará a "sofrer com o baixo crescimento econômico e a inflação persistente", diz Moody's (George Campos / USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 16h08.

São Paulo - A perspectiva traçada pela agência de rating Moody's para os bancos na América Latina é estável para 2015, mas a análise representa um contraste entre áreas com expectativas bastantes diversas.

Enquanto os países da costa do Pacífico apresentam crescimento econômico contínuo aliado a condições de financiamento e liquidez adequadas, o Brasil, a Argentina e a Bolívia mantêm condições mais frágeis e que minam possibilidades para o setor no ano que vem.

No Brasil especificamente, a Moody's avalia negativamente as perspectivas para os bancos em 2015.

Segundo a agência, o país continuará a "sofrer com o baixo crescimento econômico e a inflação persistente", mas o crescimento menor no crédito reduzirá as tensões sobre o financiamento e o capital próprio.

No entanto, com um maior alinhamento às regras de Basileia III, os bancos devem fortalecer suas resistências a problemas de liquidez e em ativos.

A desaceleração no crescimento da oferta de crédito não será exclusividade apenas do Brasil, e estará em níveis mais sustentáveis na região em 2015.

Isso, no entanto, irá se traduzir em menor geração de receitas e, em certos casos, trará à tona casos de concessão de crédito sem critérios muito rigorosos.

Segundo a Moody's, esse processo desencadeará uma elevação na taxa de empréstimos não pagos no ano que vem.

Mas, para além dos efeitos de curto prazo, a Moody's espera que a moderação na oferta de crédito reduza os riscos de qualidade de ativos no sistema bancário da região.

Na análise da agência de rating, a Colômbia apresentará cenário estável em 2015, em que os bancos se beneficiarão das condições macroeconômicas positivas, mas seguirão apresentando dados de capitalização relativamente baixos.

No México a perspectiva também é estável, com uma melhora no ambiente macroeconômico após a realização de reformas estruturais.

Devido à baixa intermediação financeira no país, os bancos terão espaço para crescer e a alta lucratividade do segmento garantirá que as instituições financeiras mantenham a capitalização adequada.

Por outro lado, a Argentina, como o Brasil, teve avaliação negativa no sistema bancário para o ano que vem.

O país também sofre com a deterioração das perspectivas econômicas, com baixo crescimento e alta inflação.

Além disso, espera-se que as políticas intervencionistas sigam atingindo o volume de atividade dos bancos e o desempenho do setor.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingBancosCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoFinançasMercado financeiroMoody'sRating

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor