Economia

Banco Mundial alerta contra restrições à exportação de alimentos

Washington - O Banco Mundial pediu nesta segunda-feira aos países que evitem a imposição de barreiras à exportação de alimentos, pois isso poderia provocar uma nova crise global de preço. Por causa de uma seca, a Rússia, gigante na produção de grãos, decidiu prorrogar até o ano que vem a proibição das exportações dos produtos. […]

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2010 às 22h09.

Washington - O Banco Mundial pediu nesta segunda-feira aos países que evitem a imposição de barreiras à exportação de alimentos, pois isso poderia provocar uma nova crise global de preço.

Por causa de uma seca, a Rússia, gigante na produção de grãos, decidiu prorrogar até o ano que vem a proibição das exportações dos produtos. A medida causou uma alta de preços na semana passada, mas a diretora-gerente do Banco Mundial, Ngozi Okonjo-Iweala, disse à Reuters que isso ainda não constitui uma crise.

Mas ela alertou que a volatilidade no preço dos alimentos afeta principalmente os países mais pobres. A diretora anunciou que, caso a situação piore, o Banco Mundial, voltado para o combate à pobreza, poderá ativar um fundo alimentar na próxima reunião do seu conselho, em setembro.

As preocupações com a seca no oeste da Austrália também afetaram a cotação dos grãos na semana passada. E na Ucrânia, sexto maior exportador mundial de trigo, a adoção de um novo sistema aduaneiro causa atrasos nos embarques, enquanto o mau tempo ameaça o futuro da atual safra.

Okonjo-Iweala disse que o Banco Mundial está pesquisando quais são os países mais vulneráveis, em meio a relatos de que exportadores teriam cancelado contratos para Bangladesh e estariam revendo encomendas de trigo para o Egito, maior importador mundial do produto.

A diretora acrescentou que as enchentes na Índia, Paquistão e China também podem perturbar a distribuição de alimentos. "Não vemos uma crise ainda, e esperamos evitá-la pedindo aos países que não adotem políticas que precipitem uma crise", disse ela em entrevista.

"Embora se possa entender como os governos gostariam de ... implementar certas políticas que eles consideram boas domesticamente, essas políticas nem sempre são as melhores, como restrições e proibições de exportação, (que) têm um forte impacto sobre o mercado e causam acúmulo de estoques", afirmou.

Ela disse esperar também que a boa produção de grãos em certos países, como os Estados Unidos, compense parte do declínio na safra russa. Afirmou ainda que os estoques alimentares são melhores atualmente do que em 2008, quando os alimentos alcançaram preços recordes.

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