Economia

Balança comercial tem 2º pior déficit da história em julho

País registrou saldo comercial negativo de US$ 1,897 bilhão no mês passado, e acumulando no ano perdas líquidas de US$ 4,989 bilhões

Contêiner sendo empilhados em um terminal de exportação no Porto de Santos: importações somaram 22,704 bilhões de dólares em julho, alta de 19,7% (Paulo Fridman/Bloomberg)

Contêiner sendo empilhados em um terminal de exportação no Porto de Santos: importações somaram 22,704 bilhões de dólares em julho, alta de 19,7% (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2013 às 19h19.

Brasília - Afetada pela forte importação de combustíveis, a balança comercial brasileira registrou em julho o segundo maior déficit mensal em mais de meio século, indicando que a desvalorização do real ainda não teve o impacto desejado nas contas externas brasileiras.

O país registrou saldo comercial negativo de 1,897 bilhão de dólares no mês passado --segundo pior déficit desde 1959-- e acumulando no ano perdas líquidas de 4,989 bilhões de dólares, ante superávit de 9,927 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta quinta-feira.

O resultado de julho veio pior que o esperado pela mediana dos especialistas consultados pela Reuters, que projetavam saldo positivo de 480 milhões de dólares no mês. O número de julho só é melhor do que o déficit registrado em janeiro deste ano, de 4,040 bilhões de dólares, segundo a série histórica do Banco Central iniciada em 1959.

Em junho, a balança comercial registrou superávit de 2,301 bilhões de dólares.

No mês passado, as exportações somaram 20,807 bilhões de dólares, queda de 14,4 por cento pela média diária em relação a junho e de 5,2 por cento ante julho de 2012.

Pesou na conta a retração das vendas de semimanufaturados, como ferro fundido e óleo de soja em bruto, de 24,5 por cento em relação a julho de 2012 e de 12,4 por cento ante junho deste ano, e dos produtos básicos.

Já as importações somaram 22,704 bilhões de dólares em julho, alta de 19,7 por cento ante julho de 2012 e de 4,8 por cento sobre junho, influenciadas sobretudo por um forte aumento das compras de combustíveis e lubrificantes, que subiram 67,5 por cento e 85,1 por cento na mesma comparação.


"2013 é um ano atípico para o nosso comércio exterior em função, exatamente, da importância da conta petróleo para o desempenho comercial do Brasil", afirmou a jornalistas a secretária de Comércio Exterior do ministério, Tatiana Prazeres.

As importações de petróleo do Brasil em julho aumentaram mais de 140 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 3,12 bilhões de dólares, enquanto as exportações da commodity caíram pela metade no mesmo período, uma vez que a produção local não tem conseguido acompanhar nos últimos anos o crescimento do consumo do mercado interno.

No ano até julho, as exportações somam 135,230 bilhões de dólares, 1,5 por cento menor pela média diária em relação ao mesmo período de 2012. Já importações atingiram 140,219 bilhões de dólares no período, 10 por acima das compras realizadas no mesmo período do ano passado.

"Nossa avaliação está mantida, de previsão de um saldo postitivo na balança comercial no final (do ano), ainda que bastante inferior ao verificado no ano passado",", afirmou a jornalistas a secretária de Comércio Exterior do ministério, Tatiana Prazeres.

Em 2012, o saldo comercial fechou com superávit de 19,4 bilhões de dólares.

O desempenho fraco da balança comercial tem levado o país a ter déficit em transações correntes. No ano até junho, o déficit em transações correntes soma 43,478 bilhões de dólares, 72 por cento maior que o déficit apurado em igual período do ano anterior.

O dólar acumula no ano valorização de 12,4 por cento em relação ao real.

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