Aumento de salários desacelera no mundo há quatro anos
Com exceção da China, "o aumento mundial dos salários passou de 1,6% em 2012 para 0,9% em 2015"
AFP
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 22h33.
O aumento dos salários desacelerou no mundo há quatro anos, com uma taxa de 1,7% em 2015 contra os 2,5% de 2012, segundo o informe mundial sobre salários 2016/2017 publicado nesta quinta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma agência da ONU .
Com exceção da China, onde a elevação de salários foi mais rápida do que no resto do mundo, com taxa de 6,9% em 2015, "o aumento mundial dos salários passou de 1,6% em 2012 para 0,9% em 2015", segundo especialistas da OIT.
No que diz respeito aos países emergentes ou em desenvolvimento do G20, o aumento real dos salários também desacelerou, passando de 6,6% em 2012 para 2,5% em 2015.
Comparativamente, no mundo desenvolvido, os salários aumentaram 2,2% nos Estados Unidos em 2015, 1,5% na Europa do norte, do sul e ocidental e 1,9% nos países da UE.
Estas tendências salariais "são grande fonte de preocupação", declarou em coletiva de imprensa em Genebra Deborah Greenfield, diretora-geral-adjunta da OIT.
"Certos ganhos obtidos nos últimos anos poderiam se deteriorar facilmente", acrescentou.
Segundo a encarregada da OIT, "não vemos vontade política para reduzir a brecha" entre países em desenvolvimento e desenvolvidos.
Para Greenfield, as desigualdades salariais estão particularmente marcadas no que diz respeito às mulheres, que ganham, em média, 20% menos que os homens.
Quando observamos a situação homem/mulher no segmento dos que ganham mais, a diferença de remuneração supera 50% segundo este relatório.
Um "homem presidente (de uma empresa) ganha o dobro de uma mulher" que exerce a mesma função, segundo um especialista da OIT.
A diferença salarial nas empresas que pagam os salários médios mais altos é particularmente importante. Na parte mais baixa da escala, os assalariados cobram uma média de 7,1 euros a hora, enquanto na mais alta alcançam 844 euros por hora.
Para reduzir estas diferenças, a OIT preconiza várias soluções: as negociações coletivas, a autorregulamentação das remunerações excessivas e a promoção da produtividade.