Os brasileiros chegaram em abril mais pessimistas do que no início do ano. A deterioração dos ânimos sobre os rumos da economia ocorreu em todas as camadas da população, conforme a sétima Sondagem de Expectativa do Consumidor, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Conforme 40,9% dos chefes de família entrevistados, a situação econômica brasileira, em abril, piorou nos últimos seis meses. Em janeiro, quando foi feita a sexta sondagem, esse indicador estava em 20,7%.

O pessimismo afetou também a vida pessoal dos entrevistados. A taxa dos que acreditam que sua situação particular está igual ou melhor que seis meses atrás foi de 74,4%, em abril, ante 84,1% em janeiro. Os que julgam sua posição pior aumentaram de 15,9% para 25,9% no mesmo período.

Entre os que ganham até 5 mil reais, 9,5% crêem que a economia melhorou nos últimos seis meses, enquanto 41% consideram o contrário. Já entre os que recebem mais de 5 mil reais, o pessimismo é maior: 4,9% acreditam que a situação melhorou e 40,2%, que piorou.

Expectativas

Também inverteu-se a expectativa quanto aos próximos seis meses. Em abril, 34,5% dos entrevistados afirmaram que a economia melhorará no período; em janeiro, essa reposta foi dada por 60,1%. Ao mesmo tempo, 23% da amostra declarou que a situação irá se deteriorar, ante 9,8 em janeiro.

A pesquisa atribui a deterioração das expectativas ao cenário econômico "pouco amigável", caracterizado pela recuperação "intermitente e sem uniformidade setorial" do emprego e da produção. O estudo baseia-se em amostras da população de 12 cidades onde a FGV realizou a Pesquisa de Orçamentos Familiares entre 2002 e 2003.