Economia

Aumenta o interesse dos investidores por empresas da América Latina

Estudo mostra que, apenas no primeiro semestre, investimentos em private equity e capital de risco já superam em 50% o montante aplicado em todo ano de 2005

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h44.

Os investidores estrangeiros estão voltando a investir em empresas da América Latina. Um estudo realizado pela consultoria americana WorldTrade Executive mostra que, apenas nos seis primeiros meses de 2006, a região já recebeu 50% mais investimentos em private equity (fundos de participação em empresas) e capital de risco (fundos que aplicam em novas empresas com grande potencial de desenvolvimento) que em todo o ano passado.

No período, foram aplicados 1,538 bilhão de dólares em companhias latino-americanas, o mais alto valor desde 2000, quando os investimentos totalizaram 2,768 bilhões de dólares no ano. A quantidade de negócios quase dobrou, passando de 23 em 2005 para 42 este ano. De acordo com a WorldTrade Executive, os números surpreendem, já que no final de 2005 os investidores mostravam-se temerosos devido às eleições presidencialistas previstas para 2006 em 12 países.

O Brasil é o terceiro em volume de investimentos na América Latina, atrás de Chile e México. Em quantidade de negócios, no entanto, o país é o primeiro, com 11 transações, contra seis do Chile e nove do México. "É o montante de negócios que mostra o interesse dos investidores pelo país. O valor do aporte vai depender do setor da empresa e do tipo de investimento", afirma o diretor da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), Joubert Castro Filho.

De janeiro a junho, o Brasil recebeu 218 milhões de dólares em investimentos, valor inferior ao verificado no mesmo período do ano passado, quando foram aplicados 325,09 milhões de dólares. A quantidade de negócios, entretanto, passou de 10 para 11. "Os investimentos no Brasil têm se mantido estáveis, mas o país já não é mais visto como os demais da América Latina. Pelas oportunidades que apresenta, o Brasil está mais próximo da Índia e da China, porém, ainda precisa melhorar seu marketing institucional para atrair mais investidores", diz Castro Filho.

De acordo com o diretor da ABVCAP, até o final de 2007 devem entrar em operação no país de seis a dez fundos de private equity e capital de risco. Os setores que mais chamam a atenção dos investidores atualmente são os de infra-estrutura, energia e tecnologia da informação, principalmente no que diz respeito a soluções para o setor financeiro.

Os demais países da América Latina, na avaliação de Castro Filho, estão conquistando mercado. "O Chile, por exemplo, vem se preparando muito pra isso", diz. Os investimentos no país saltaram de 21 milhões no primeiro semestre de 2005, para 511,8 milhões nos primeiros seis meses desse ano. O número de negócios subiu de quatro para seis. Outros sete países - que no primeiro semestre de 2005 não realizaram transações - fecharam um ou dois negócios este ano. Somadas, as operações contabilizaram 382,75 milhões de dólares.

Investimentos em private equity e capital de risco na América Latina
 
1º semestre de 2005
1º semestre de 2006
País
Número de negócios
Investimentos
(US$ milhões)
Número de negócios
Investimentos
(US$ milhões)
Argentina2140,56156,1
Brasil10325,0911218
Chile4216511,8
México4509269,61
Outros314,510382,75
Total23551,09421538,26

Fonte: WorldTrade Executive

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