Economia

Ata do Fed sugere tensões crescentes sobre inflação

Várias autoridades queriam anunciar o início do processo de redução da carteira do Fed de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas até o final de agosto

Fed: a votação por 8 a 1 no mês passado elevou a taxa de juros referencial em 0,25 ponto percentual (./Reuters)

Fed: a votação por 8 a 1 no mês passado elevou a taxa de juros referencial em 0,25 ponto percentual (./Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de julho de 2017 às 15h42.

Washington - As autoridades do Federal Reserve mostraram-se divididas sobre o cenário para a inflação e como ela pode afetar o ritmo futuro de altas dos juros, de acordo com a ata da reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos em 13 e 14 de junho, divulgada nesta quarta-feira.

Os detalhes do encontro, no qual o Fed votou pela alta dos juros, também mostraram que várias autoridades queriam anunciar o início do processo de redução da carteira do Fed de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas até o final de agosto, mas outros queria aguardam até mais tarde.

"A maioria dos participantes via a recente fraqueza nesses dados de preços como reflexo de fatores idiossincrático ... entretanto, vários participantes expressaram preocupação de que o avanço ... pode ter desacelerado e que a recente fraqueza na inflação pode persistir", disse o Fed na ata.

A votação por 8 a 1 no mês passado elevou a taxa de juros referencial em 0,25 ponto percentual, terceira alta em seis meses, e sinalizou a confiança do Fed na economia dos EUA e nos eventuais efeitos inflacionários do emprego baixo.

Em entrevista à imprensa na época, a chair do Fed, Janet Yellen, descreveu a recente queda na inflação como temporária e o banco central manteve sua projeção de mais uma alta neste ano e três no próximo.

Desde então alguns membros, entretanto, têm mostrado crescente preocupação com a dificuldade do Fed de levar a inflação de volta a sua meta de 2 por cento.

Na ata, alguns dos membros também disseram que a inflação fraca os deixou menos confortável com a atual trajetória implícita de altas dos juros.

"Esses participante demonstraram preocupação de que tal trajetória de altas ... pode ser inconsistente com um retorno sustentado da inflação", apontou a ata.

A questão de quando começar a reduzir a carteira do Fed de 4,2 trilhões de dólares em Treasuries e títulos lastreados em hipoteca e como isso pode afetar a decisão sobre altas futuras de juros também provocou debate.

Na reunião de junho, o Fed deu um claro resumo sobre seu plano neste ano de reduzir o balanço patrimonial, mas não deu um momento preciso.

Vários membros do Fed sentiram que a redução do balanço e o aperto associado da política monetária "é uma base para acreditar que ... a meta para os juros seguirá uma trajetória menos acentuada." Outros, entretanto, disseram que a redução não ter peso na decisão sobre a política monetária.

Economistas projetam que o Fed começará a reduzir sua carteira na reunião de setembro, antes de elevar os juros novamente em dezembro.

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