Luciano de Pádua, editor de macroeconomia da EXAME, com os governadores do Mato Grosso, São Paulo (eleito), Espírito Santo e Paraná (Eduardo Frazão/Exame)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 11h58.
Última atualização em 7 de dezembro de 2022 às 12h26.
São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Espírito Santo representam mais da metade do produto interno bruto (PIB) do Brasil. Para os próximos quatro anos, cada um desses estados tem demandas específicas e algumas comuns de projetos para alavancar a infraestrutura local. O tema foi debatido com os governadores reeleitos e eleitos em um painel durante o Fórum Infraestrutura, Cidades e Investimentos, realizado nesta quarta-feira, 7.
O evento é uma iniciativa da EXAME em parceria com a Hiria, B3 e diversas outras organizações. O objetivo foi realizar um encontro entre os profissionais e empresas do setor para fomentar novas parcerias e compartilhar as melhores soluções e práticas para a inovação das cidades.
O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), detalhou os projetos que serão prioridade a partir do dia 1º de janeiro. "Tem a concessão da Raposo Tavares, da Castello Branco, resgate do transporte ferroviário de passageiros, começando pela ligação entre São Paulo e Campinas. Também queremos fazer a privatização do Porto de Santos. O grande desafio é atrair e captar dinheiro do mercado privado, que vai estar escasso nos próximos anos", disse.
No Espírito Santo, o investimento público estadual para os próximos quatro anos é previsto em R$ 8 bilhões. "Em saneamento o investimento é previsto em R$ 4,5 bilhões. Mas temos demandas de investimento do governo federal. Precisamos ter ligação com mais ferrovias. Espero que o próximo governo mantenha uma parceria boa com o setor privado. A BR-101 é uma tarefa que está na agenda do governo federal desde o século passado", afirmou o governador reeleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).
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No Mato Grosso, onde o setor agro é essencial para a economia do estado, o governador reeleito Mauro Mendes (União Brasil) avaliou que a infraestrutura rodoviária e ferroviária são fundamentais para o escoamento da produção. Um dos grandes entraves é o licenciamento ambiental. Na visão dele, o regramento atual limita alguns projetos de expansão de ramais e obras, além de ser demorado. " Existe um novo marco do licenciamento que a Câmara votou e o Senado sentou em cima", afirmou.
Para o governador reeleito do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), o estado pretende continuar com o programa de grandes investimentos, ao lado do setor privado. "Temos pronto 3,3 mil quilômetros de rodovias para a concessão. São R$ 55 bilhões de investimentos com prazo de seis a sete anos. Vamos colocar à disposição da inciativa privada a Ferroeste. Temos várias oportunidades para os investidores", afirmou.
Fernando Marcato, secretário de Infraestrutura e Mobilidade do estado de Minas Gerais, afirmou que no caso mineiro o problema maior do primeiro mandato do governador reeleito Romeu Zema (Novo) foi o de ajustar as contas públicas. A dívida do estado com a União passa dos R$ 150 bilhões. "Na parte de mobilidade estamos com a concessão do metrô de Belo Horizonte. Também estamos estruturando a privatização da Copasa", disse.
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