Arrecadação federal sobe 4,7%, acima do previsto e melhor janeiro da série
Arrecadação do governo federal foi de R$ 174,9 bi em janeiro; o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, já havia dito que dado seria "espetacular"
Reuters
Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 11h11.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2020 às 12h51.
A arrecadação do governo federal teve crescimento real de 4,69% em janeiro, a 174,991 bilhões de reais, no melhor dado para o mês da série histórica da Receita Federal , divulgou o órgão nesta quinta-feira.
O dado veio acima da expectativa de 167,1 bilhões de reais, segundo pesquisa da Reuters com analistas.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, já havia dito à Reuters que a arrecadação de janeiro havia sido "espetacular", mas que o time econômico não indetificara fatores óbvios para explicar o impulso nas receitas no mês.
Olhando apenas para as receitas administradas pela Receita, que abarcam o recolhimento de impostos, o crescimento em janeiro também foi de 4,69% sobre igual mês do ano passado, a 163,948 bilhões de reais.
Já as receitas administradas por outros órgãos, sensibilizadas sobretudo com a arrecadação de royalties de petróleo, avançaram 4,65% na mesma base de comparação, a 11,043 bilhões de reais.
Em apresentação, a Receita informou ter havido arrecadação atípica de 2,8 bilhões de reais em janeiro com Imposto de Renda Pessoa Jurídica/Contribuição Social Sobre Lucro Líquido.
Sem esse fator, a alta nas receitas administradas pela Receita seria de 2,91%.
Na comparação com janeiro de 2019, a elevação na arrecadação total com IRPJ/CSLL foi de 16,45%, já descontada a inflação. Em reais, o acréscimo foi de 7,357 bilhões de reais, no principal fator a guiar do resultado do mês.
Também houve forte expansão na arrecadação com Imposto de Renda Pessoa Física (aumento de 27,14%, ou 436 milhões de reais), e com Imposto de Importação/IPI-Vinculado (alta de 6,46%, equivalente a 354 milhões de reais).
Segundo a Receita, o IR das pessoas físicas cresceu em especial "nas rubricas de ganho de capital e ganhos líquidos de operações em bolsa".
Já a alta observada na arrecadação do Imposto de Importação ocorreu num mês de forte alta do dólar frente ao real. A moeda norte-americana disparou 6,80%, afetada pelos temores econômicos com a disseminação do coronavírus.
A Receita pontuou que, na comparação com janeiro de 2019, o valor em dólar das importações subiu 5,02%.