Economia

Arrecadação de julho tem queda real de 4,2%, consolida desaceleração e pressiona contas públicas

De janeiro a julho, o total de impostos totalizou R$ 1,344 trilhão. Com valores corrigidos pela inflação, somou R$ 1,355 trilhão, com retração real de 0,39%

Sede da Receita Federal (Arquivo/Agência Brasil)

Sede da Receita Federal (Arquivo/Agência Brasil)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 22 de agosto de 2023 às 11h34.

Última atualização em 23 de agosto de 2023 às 08h33.

A arrecadação de impostos e contribuições federais registrou queda real de 4,2% em julho e totalizou R$ 201,829 bilhões, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 22, pela Receita Federal. Trata-se da terceira queda mensal da arrecadação em 2023 e a segunda consecutiva. Em março, o recuo foi de 0,42% em termos reais, e em junho, de 3,4%.

De janeiro a julho deste ano, a arrecadação de tributos federais totalizou R$ 1,344 trilhão. Com valores corrigidos pela inflação, somou R$ 1,355 trilhão, com retração real 0,39%.

Na prática, essa desaceleração é fruto do menor nível de atividade econômica, da redução do preço do dólar e da cotação das commodities, que impactam o valor de venda do petróleo e dos metais. Esses dois itens têm peso significativo na arrecadação federal.

Efeito sobre as contas públicas

Com a arrecadação andando de lado, o governo passa a ser pressionado por medidas adicionais para garantir o equilíbrio das contas públicas.

Leia mais: Lira diz a líderes que votação do arcabouço será até quarta-feira

Vale lembrar que o aumento de receitas é essencial para dar sustentação ao arcabouço fiscal. O governo corre para aprovar no Congresso um pacote de medidas para aumentar a arrecadação. A equipe econômica também deve apresentar em conjunto com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) outras medidas para elevar a soma de tributos.

Além disso, o governo aposta na reforma tributária do consumo como forma de reduzir a sonegação e aumentar a base tributária.

Acompanhe tudo sobre:receita-federalNovo arcabouço fiscalArthur LiraFernando Haddad

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor