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Argentina quer mais investimentos da Petrobras

Tradicional produtora e exportadora de energia, a Argentina virou importadora no ano passado, por causa do ritmo acelerado de crescimento da economia

O pedido de Cristina Kirchner foi feito no contexto de um ano crítico para a Argentina (Chris McGrath/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2012 às 16h59.

Buenos Aires – A presidente da Argentina , Cristina Kirchner, quer que a Petrobras invista mais no país, segundo informou nesta quarta-feira (7) o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Este será o tema de um encontro, em Brasília, daqui a duas semanas, de Lobão com o ministro do Planejamento argentino, Júlio de Vido, e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.

O pedido de Cristina Kirchner foi feito no contexto de um ano crítico para a Argentina. O governo quer assegurar, em um momenento de crise internacional, um superávit na balança comercial argentina de US$ 10 bilhões. Mas terá que gastar US$ 7 bilhões para importar energia, mais que o triplo do que gastou no ano passado. Tradicional produtora e exportadora de energia, a Argentina virou importadora no ano passado, por causa do ritmo acelerado de crescimento da economia (7% em média, desde 2003) combinado com a falta de investimentos externos.

Em janeiro, o governo argentino mandou investigar a Petrobras e mais quatro empresas de petróleo (Repsol-YPF, Shell, Esso e Oil) com a acusação de que cobravam sobrepreço pelo combustível vendido a empresas de transporte. O principal alvo do governo com a investigação tem sido a Repsol-YPF, responsável por 65% da produção de petróleo e gás na Argentina.

As províncias petroleiras argentinas apresentaram um ultimato a YPF-Repsol para que aumente a produção. Na quarta-feira, depois do encontro com Lobão, o ministro Júlio de Vido disse, em entrevista, que a Argentina está iniciando uma “nova relação com a Petrobras, para aprofundar a produção nas províncias petroleiras”. Segundo Lobão, existem varias possibilidades de investimento, desde a abertura de mais postos de gasolina até uma eventual participação da estatal brasileira no capital da YPF-Repsol. “Mas os detalhes serão discutidos na reunião em Brasília”, esclareceu, em entrevista na Embaixada do Brasil em Buenos Aires.

Lobão encontrou-se com De Vido para acompanhar a abertura das propostas da licitação para construção de duas hidrelétricas binacionais no Rio Uruguai, na fronteira da Argentina com o Rio Grande do Sul. Os nomes das empresas ganhadoras serão anunciados na quinta-feira (8) e as obras devem começar em 20 meses.

A Hidrelétrica Garabi terá potência instalada de 1.152 megawatts. A segunda usina, Panambi, terá 1.048 megawatts de potência instalada. A ideia, segundo Lobão, é criar uma empresa binacional para administrar as geradoras, com estrutura administrativa mais leve e ágil que a da Itaipu Binacional, uma parceria entre Brasil e Paraguai para gerir a Hidrelétrica de Itaipu. Segundo o ministro, devem ser investidos nas duas usinas entre US$ 4,2 bilhões e US$ 4,8 bilhões.

Inicialmente, as duas hidrelétricas teriam o dobro de potência instalada e sairiam 80% mais caras. Mas os projetos foram mudados para reduzir o tamanho do reservatório de água das usinas, para minimizar impactos ao meio ambiente e ao Salto do Yacumã, a maior cachoeira longitudinal do mundo, com 1.800 metros de extensão, no Rio Uruguai. Os dois governos também negociam a construção de mais pontes sobre o rio para ampliar a integração entre Brasil e Argentina.

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Buenos Aires – A presidente da Argentina , Cristina Kirchner, quer que a Petrobras invista mais no país, segundo informou nesta quarta-feira (7) o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Este será o tema de um encontro, em Brasília, daqui a duas semanas, de Lobão com o ministro do Planejamento argentino, Júlio de Vido, e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.

O pedido de Cristina Kirchner foi feito no contexto de um ano crítico para a Argentina. O governo quer assegurar, em um momenento de crise internacional, um superávit na balança comercial argentina de US$ 10 bilhões. Mas terá que gastar US$ 7 bilhões para importar energia, mais que o triplo do que gastou no ano passado. Tradicional produtora e exportadora de energia, a Argentina virou importadora no ano passado, por causa do ritmo acelerado de crescimento da economia (7% em média, desde 2003) combinado com a falta de investimentos externos.

Em janeiro, o governo argentino mandou investigar a Petrobras e mais quatro empresas de petróleo (Repsol-YPF, Shell, Esso e Oil) com a acusação de que cobravam sobrepreço pelo combustível vendido a empresas de transporte. O principal alvo do governo com a investigação tem sido a Repsol-YPF, responsável por 65% da produção de petróleo e gás na Argentina.

As províncias petroleiras argentinas apresentaram um ultimato a YPF-Repsol para que aumente a produção. Na quarta-feira, depois do encontro com Lobão, o ministro Júlio de Vido disse, em entrevista, que a Argentina está iniciando uma “nova relação com a Petrobras, para aprofundar a produção nas províncias petroleiras”. Segundo Lobão, existem varias possibilidades de investimento, desde a abertura de mais postos de gasolina até uma eventual participação da estatal brasileira no capital da YPF-Repsol. “Mas os detalhes serão discutidos na reunião em Brasília”, esclareceu, em entrevista na Embaixada do Brasil em Buenos Aires.

Lobão encontrou-se com De Vido para acompanhar a abertura das propostas da licitação para construção de duas hidrelétricas binacionais no Rio Uruguai, na fronteira da Argentina com o Rio Grande do Sul. Os nomes das empresas ganhadoras serão anunciados na quinta-feira (8) e as obras devem começar em 20 meses.

A Hidrelétrica Garabi terá potência instalada de 1.152 megawatts. A segunda usina, Panambi, terá 1.048 megawatts de potência instalada. A ideia, segundo Lobão, é criar uma empresa binacional para administrar as geradoras, com estrutura administrativa mais leve e ágil que a da Itaipu Binacional, uma parceria entre Brasil e Paraguai para gerir a Hidrelétrica de Itaipu. Segundo o ministro, devem ser investidos nas duas usinas entre US$ 4,2 bilhões e US$ 4,8 bilhões.

Inicialmente, as duas hidrelétricas teriam o dobro de potência instalada e sairiam 80% mais caras. Mas os projetos foram mudados para reduzir o tamanho do reservatório de água das usinas, para minimizar impactos ao meio ambiente e ao Salto do Yacumã, a maior cachoeira longitudinal do mundo, com 1.800 metros de extensão, no Rio Uruguai. Os dois governos também negociam a construção de mais pontes sobre o rio para ampliar a integração entre Brasil e Argentina.

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