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Argentina pedirá medidas contra "fundos abutres" no G20

"Fundos abutres" é como Kirchner chama os credores que processam o governo argentino nos tribunais de Nova York

Presidentes do México e da Argentina durante reunião do G20: apesar da oposição de Obama, Cristina Kirchner disse que vai insistir em discutir o assunto na reunião (Sergei Karpukhin/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 14h32.

Buenos Aires - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner , vai defender nesta quinta-feira na reunião do G-20, em São Petersburgo, na Rússia, medidas para proteger os países dos "fundos abutres", como ela chama os credores que processam o governo argentino nos tribunais de Nova York.

Em entrevista aos meios de comunicação estatais, Cristina reconheceu que o presidente norte-americano Obama Barack se opôs à discussão do assunto na agenda do encontro, que está dominado pela questão da Síria. Porém, ela antecipou que vai insistir em seu discurso, já que a sentença da Justiça americana contra a Argentina colocaria em risco outras reestruturações.

"Vamos propor o tema dos fundos abutres, apesar da negativa dos Estados Unidos para que o assunto seja mencionado no documento final" a ser assinado pelos chefes de Estado do G-20.

Segundo ela, a disputa travada entre a Argentina e os fundos liderados por NML e Aurelius não diz respeito somente à Argentina. Ela também acusou os fundos de especular contra a Espanha e Portugal. "Na Espanha, os abutres fizeram um trabalho similar ao que fizeram com a Argentina", afirmou.

Ontem, em sua coluna no The Guardian, o prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, criticou a Justiça americana e qualificou a sentença contra a Argentina como tendenciosa e economicamente perigosa porque torna inviável a maioria das reestruturações de dívidas. Stiglitz também defendeu um novo sistema mundial de reestruturação de dívida

Swap

Ontem à noite, o Senado argentino aprovou por 58 a favor e 8 contrários o projeto de reabertura da troca da dívida para tentar atrair os 7% de credores de títulos não reestruturados, entre os quais os 14 fundos que brigam na Justiça para receber o valor integral dos bônus que entraram em default em dezembro de 2001.

O projeto, que ainda precisa ser aprovado pela Câmara, tem o objetivo de derrubar o argumento dos fundos de que foram discriminados pela Lei Ferrolho. A lei em questão proíbe a reabertura da reestruturação e negociações com melhores condições que a oferta de troca realizada em 2005 e 2010, que implicou um desconto de 66% do valor dos títulos.

A lei que deverá ser aprovada na próxima semana deixa aberta a reestruturação por tempo indeterminado. A medida foi adotada após decisão da Justiça americana que determina o pagamento à vista de 100% do valor reivindicado pelos fundos (US$ 1,33 bilhão). No entanto, o cumprimento da sentença está suspenso até que a Corte Suprema dos EUA decida sobre pedido argentino de revisão da decisão.

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Em entrevista aos meios de comunicação estatais, Cristina reconheceu que o presidente norte-americano Obama Barack se opôs à discussão do assunto na agenda do encontro, que está dominado pela questão da Síria. Porém, ela antecipou que vai insistir em seu discurso, já que a sentença da Justiça americana contra a Argentina colocaria em risco outras reestruturações.

"Vamos propor o tema dos fundos abutres, apesar da negativa dos Estados Unidos para que o assunto seja mencionado no documento final" a ser assinado pelos chefes de Estado do G-20.

Segundo ela, a disputa travada entre a Argentina e os fundos liderados por NML e Aurelius não diz respeito somente à Argentina. Ela também acusou os fundos de especular contra a Espanha e Portugal. "Na Espanha, os abutres fizeram um trabalho similar ao que fizeram com a Argentina", afirmou.

Ontem, em sua coluna no The Guardian, o prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, criticou a Justiça americana e qualificou a sentença contra a Argentina como tendenciosa e economicamente perigosa porque torna inviável a maioria das reestruturações de dívidas. Stiglitz também defendeu um novo sistema mundial de reestruturação de dívida

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Ontem à noite, o Senado argentino aprovou por 58 a favor e 8 contrários o projeto de reabertura da troca da dívida para tentar atrair os 7% de credores de títulos não reestruturados, entre os quais os 14 fundos que brigam na Justiça para receber o valor integral dos bônus que entraram em default em dezembro de 2001.

O projeto, que ainda precisa ser aprovado pela Câmara, tem o objetivo de derrubar o argumento dos fundos de que foram discriminados pela Lei Ferrolho. A lei em questão proíbe a reabertura da reestruturação e negociações com melhores condições que a oferta de troca realizada em 2005 e 2010, que implicou um desconto de 66% do valor dos títulos.

A lei que deverá ser aprovada na próxima semana deixa aberta a reestruturação por tempo indeterminado. A medida foi adotada após decisão da Justiça americana que determina o pagamento à vista de 100% do valor reivindicado pelos fundos (US$ 1,33 bilhão). No entanto, o cumprimento da sentença está suspenso até que a Corte Suprema dos EUA decida sobre pedido argentino de revisão da decisão.

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