Buenos Aires - A <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/argentina">Argentina </a></strong>solicitou nesta segunda-feira que o governo norte-americano intervenha no processo judicial sobre o default da dívida do país depois que um juiz distrital dos <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/estados-unidos">Estados Unidos </a></strong>ameaçou o país sul-americano por não obedecer sua decisão, fazendo o que chamou de falsas declarações.</p>
O juiz dos EUA Thomas Griesa, que cuida da longa batalha da Argentina com os hedge funds sobre dívida, disse na sexta-feira que iria declarar desacatada a ordem judicial, a menos que o governo parasse de alegar publicamente que tinha cumprido as suas obrigações e não estava em default.
O chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, rebateu nesta segunda-feira que essa ordem violaria a imunidade soberana da Argentina e pediu ao governo do presidente Barack Obama para conter Griesa.
"Quando se trata de uma relação bilateral com um país soberano e da violação das suas imunidades, é necessário que o Poder Executivo intervenha", disse Capitanich. "O Executivo tem o monopólio sobre as relações com outros países."
"Os Estados Unidos são responsáveis pelas ações de seus ramos de poder, neste caso, o Poder Judiciário, independentemente da liberdade do funcionamento dessas esferas", disse ele.
Em 2002, a Argentina deu default em 100 bilhões de dólares em títulos soberanos e reestruturou a maior parte dessa dívida, mas um grupo de hedge funds foi ao tribunal para o reembolso total.
Griesa decidiu que a Argentina não poderia reembolsar os detentores de dívida reestruturada sem também pagar os hedge funds.
- 1. Pesos pesados
1 /12(Daniel Garcia/AFP)
São Paulo - Esta foi a semana na qual o prazo foi vencido sem que a
Argentina chegasse a um acordo com os fundos especulativos que detém parte dos títulos de sua dívida. O ministro da Economia Axel Kicillof
nega a classificação de calote e diz que o país está disposto a pagar a maior parte dos credores, que aceitaram a reestruturação da dívida negociada em 2005 e 2010 (
entenda o caso ). Tecnicamente, no entanto, o país entrou na 8ª moratória de sua história, 13 anos após a anterior, de 2001. O
calote tem uma longa e movimentada história na América Latina. 9 dos 10 países do mundo com mais episódios de moratória da dívida estão na região. Veja a seguir os dados, baseado num
trabalho dos economistas Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff:
- 2. 1. Venezuela: 10 vezes
2 /12(Wikimedia Commons)
Desde 1975 | 4 calotes |
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Anos de calote | 1826, 1848 |
| 1860, 1865, 1892, 1898 |
| 1983, 1990, 1995, 2004 |
- 3. 1. Equador: 10 vezes
3 /12(GettyImages)
Desde 1975 | 3 calotes |
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Anos de calote | 1826, 1868, 1894, 1900 |
| 1906, 1914, 1929 |
| 1982, 1999, 2008 |
- 4. 3. Uruguai: 9 vezes
4 /12(Divulgação)
Desde 1975 | 5 calotes |
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Anos de calote | 1876, 1891 |
| 1915, 1933 |
| 1983, 1985, 1987, 1990, 2003 |
- 5. 3. Costa Rica: 9 vezes
5 /12(CC / Arturo Sotillo / Flickr.com/whappen)
Desde 1975 | 3 calotes |
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Anos de calote | 1828, 1874, 1895 |
| 1901, 1932, 1962 |
| 1981, 1983, 1984 |
- 6. 3. Brasil: 9 vezes
6 /12(Dado Galdieri/Bloomberg)
Desde 1975 | 2 calotes |
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Anos de calote | 1898 |
| 1902, 1914, 1931, 1937 |
| 1961, 1964, 1983, 1987 |
- 7. 3. Chile: 9 vezes
7 /12(Naxsquire/WikimediaCommons)
Desde 1975 | 1 calote |
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Anos de calote | 1826, 1880, 1931 |
| 1961, 1963, 1966 |
| 1972, 1974. 1983 |
- 8. 7. Argentina: 8 vezes
8 /12(Getty Images)
Desde 1975 | 4 calotes |
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Anos de calote | 1827, 1890 |
| 1951, 1956 |
| 1982, 1989, 2001, 2014 |
- 9. 7. Peru: 8 vezes
9 /12(Wikimedia Commons)
Desde 1975 | 4 calotes |
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Anos de calote | 1826, 1876 |
| 1931, 1969 |
| 1976, 1978, 1980, 1984 |
- 10. 7. México: 8 vezes
10 /12(Alex Covarrubias/Creative Commons)
Desde 1975 | 1 calote |
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Anos de calote | 1827, 1833, 1844 |
| 1866, 1898 |
| 1914, 1928, 1982 |
- 11. 8. Turquia: 6 vezes
11 /12(GettyImages)
Desde 1975 | 1 calote |
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Anos de calote | 1876, 1915, 1931 |
| 1940, 1978, 1982 |
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12 /12(Flickr/freedomiiphotography)