Economia

Arajet aposta em mudança nos aviões para baratear viagens do Brasil ao Caribe

Companhia de baixo preço da República Dominicana começa a operar no país em setembro

Arajet: frota usa Boeings 737 de nova geração (DIvulgação/Divulgação)

Arajet: frota usa Boeings 737 de nova geração (DIvulgação/Divulgação)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 29 de agosto de 2023 às 11h48.

A companhia aérea Arajet começa a operar no Brasil em setembro, com voos entre São Paulo e República Dominicana e a proposta de oferecer passagens mais baratas. Para baixar os preços, além de não oferecer comida grátis nos voos e reduzir as bagagens incluídas, a empresa aposta em outra estratégia: usar aviões mais novos, que consomem menos combustível, e assim, conseguem voar mais longe.

A frota da empresa possui aviões Boeing 737 de nova geração, o MAX, que possuem corredor único e fileiras com seis assentos. Antes, estes aviões eram usados apenas em rotas nacionais e entre países próximos. No entanto, com o avanço da tecnologia dos motores, os novos modelos possuem maior autonomia, e começam a ser usados para cruzar continentes.

O modelo será usado tanto nos voos de Santo Domingo a São Paulo, um trajeto de 5.273 km, quanto até Santiago, no Chile, que soma 5.735 km. A viagem partindo do Brasil leva em torno de sete horas.

Em uma simulação feita no site da empresa, um voo de SP a Santo Domingo com ida no fim de setembro mais barato saía por 832 dólares, cerca de 4.000 reais. O bilhete dá direito apenas a uma bagagem de mão, de até 10 kg, e mais um item pessoal, de até 6 kg. As passagens já estão à venda.

Além de levar viajantes entre Brasil e Caribe, a Arajet quer também atrair passageiros que querem ir até o México e o Canadá, destinos também atendidos pela empresa, que podem ser acessados via conexão na República Dominicana. Victor Pacheco, CEO da empresa, conta que 60% das compras feitas por brasileiros são para chegar aos países da América do Norte. "As empresas de baixo custo geralmente trabalham com rotas de ponto a ponto. A nossa grande diferença é que apostamos em conexões", diz.

A posição geográfica da República Dominicana também ajuda a cortar custos em voos de conexão, por permitir trajetos mais diretos. "A posição do país permite voar 20% menos, ou seja, 20% menos queima de combustível, 20% menos uso dos ativos, e isso tudo nos permite oferecer um preço competiivo", prossegue o CEO. Ele diz ainda que a empresa estuda criar outros voos a partir do Brasil, mas que novos destinos ainda estão em estudo.

A Arajet começou a operar oficialmente em setembro de 2022. Antes dela, Pacheco fundou uma empresa de voos privados, chamada Dominican Wings, que começou a voar em 2014. Atualmente, a Arajet tem cinco aeronaves, todas Boeing 737.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoBoeingCaribe

Mais de Economia

Estamos convencidos de que as medidas serão apreciadas este ano, diz Haddad sobre pacote fiscal

“Não basta pacote estar na direção certa, tem de chegar ao destino de interromper alta da dívida”

Governo anuncia nova liberação de emendas e total é de R$ 7,7 bilhões até esta sexta