Economia

Após decisão de Trump, governo promete defender interesse do Brasil

Em nota, o governo afirma que já está em contato com representantes do governo americano para negociar as tarifas do aço e do alumínio

EUA: Trump anunciou a retomada das tarifas do aço e do alumínio nesta segunda (2) (Pool / Equipe/Getty Images)

EUA: Trump anunciou a retomada das tarifas do aço e do alumínio nesta segunda (2) (Pool / Equipe/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 16h23.

Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 16h30.

O governo do presidente Jair Bolsonaro vai trabalhar para defender os interesses comerciais do Brasil, assim como assegurar a fluidez do comércio com os Estados Unidos, após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que restabelecerá tarifas sobre o aço e o alumínio do Brasil, alegando manipulação cambial.

Em nota, os Ministérios da Economia, Relações Exteriores e Agricultura disseram que o governo brasileiro já está em contato com autoridades norte-americanas sobre o assunto.

Trump anunciou nesta segunda-feira, pelo Twitter, que irá retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina.

"O governo brasileiro tomou conhecimento de declaração do presidente Donald Trump sobre possível imposição de sobretaxa ao aço brasileiro e já está em contato com interlocutores em Washington sobre o tema", afirma a nota.

"O governo trabalhará para defender o interesse comercial brasileiro e assegurar a fluidez do comércio com os EUA, com vistas a ampliar o intercâmbio comercial e aprofundar o relacionamento bilateral, em benefício de ambos os países."

Pouco antes da divulgação da nota, uma autoridade do governo brasileiro em Washington, familiarizada com a reação ao anúncio de Trump em Brasília, disse que o governo brasileiro está em contato com o gabinete do representante comercial dos EUA e com outras agências do país para discutir o assunto.

Essa autoridade, que falou sob condição de anonimato pois não estava autorizada a discutir o assunto publicamente, rejeitou ainda a alegação de Trump de que o governo brasileiro manipulou o câmbio para depreciar o real e lembrou que o Banco Central atuou no mercado para fortalecer — não enfraquecer — a moeda.

No final de agosto deste ano, o governo dos Estados Unidos flexibilizou as importações de aço e alumínio quando decidiu que companhias norte-americanas que negociarem aço do Brasil não precisariam pagar 25% a mais sobre o preço original desde que provem que há ausência de matéria-prima no mercado interno. O Brasil está entre os principais fornecedores de aço e ferro para os Estados Unidos.

Na última sexta-feira (29), a moeda norte-americana voltou a subir atingindo, em valores nominais (desconsiderando a inflação) o segundo maior nível desde a criação do real. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,241, com alta de R$ 0,025 (+0,58%).

Acompanhe tudo sobre:acoEstados Unidos (EUA)Guerras comerciaisTarifas

Mais de Economia

Com demanda menor, indústria deverá crescer menos em 2025 e ter alta de 2,1%, projeta CNI

Lira diz que vai votar pacote em 2024 e vê 'boa vontade' do Senado

Investimentos externos da China crescem 11,2% com impulso da iniciativa cinturão e rota

Câmara conclui 1º turno PEC que limita supersalários e restringe abono; deputados iniciam 2º turno