Ministério do Esporte: pasta aplicou R$ 854 milhões no período, seja diretamente pela entidade ou de forma descentralizados para as confederações (Tomaz Silva/Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de abril de 2018 às 22h43.
Os 18 integrantes do Conselho Nacional do Esporte que estiveram reunidos no Rio, nesta segunda-feira, aprovaram por unanimidade o relatório sobre a aplicação de recursos da Lei Agnelo/Piva pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) no período entre 2013 e 2016.
Divulgado oficialmente pelo Ministério do Esporte, o texto descreve os valores aplicados diretamente pela entidade e os descentralizados para as confederações esportivas com o objetivo de respaldar projetos, preparação de atletas e realização de eventos.
De acordo com esta pasta do governo federal, foram R$ 477,8 milhões em recursos descentralizados para as confederações e outros R$ 377 milhões fornecidos de forma direta, totalizando R$ 854 milhões.
"Fiquei muito feliz por essa aprovação. E ser por unanimidade é um diferencial. Dá uma segurança, um aval que é importante. Agora, vamos seguir com o trabalho, para dar sequência às ações de transparência, austeridade e meritocracia na distribuição dos recursos da Lei Agnelo/Piva", afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley, presente ao evento desta segunda-feira.
Esta aprovação dos recursos neste período de tempo, porém, contou com ressalvas em relação aos dados apresentados sobre a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo e a Confederação Brasileira de Remo, ambas em 2013. O Ministério do Esporte informou que, como as informações foram consideradas insuficientes para avaliação, o COB terá a missão de detalhar os valores e projetos e expô-los na próxima reunião do conselho.
Titular da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Rogério Sampaio garantiu que o COB conseguiu se adequar a ajustes indicados nos últimos anos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), além de aprimorar a transparência dos critérios de distribuição de recursos.
"Na nova política de descentralização, a meritocracia passou a nortear mais claramente a distribuição dos recursos. São 11 itens que marcam pontos para a divisão dos investimentos, que levam em conta resultados de anos anteriores, conquistas das categorias de base e governança das entidades", afirmou o dirigente e ex-judoca olímpico brasileiro. "Assim, as confederações que querem almejar recursos maiores têm 11 itens para melhorar o rendimento", reforçou.
Depois da aprovação do relatório, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, despediu-se oficialmente dos integrantes do Conselho Nacional do Esporte para poder retomar o seu mandato como deputado federal no Rio de Janeiro. "Com toda a certeza, se tivemos alguns acertos na gestão, isso é resultado dos debates feitos aqui, dos temas discutidos, das trocas de experiência", afirmou Picciani.
"Desejo que quem venha me substituir possa ir além, e um dos pilares para o sucesso é manter o funcionamento desse conselho. Manter a Comissão Nacional de Atletas ainda mais presente. E que a equipe do ministério se dedique ainda mais aos temas em andamento, de modernização, de melhora da gestão, que contribuam para que mais brasileiros tenham o esporte em sua vida. E os que tenham talento possam encantar o país como encantaram os atletas que temos aqui, como Lars Grael, Bernard, Edvaldo Valério, Jairzinho e Rogério Sampaio", disse o ministro, em referência a outros nomes que ocupam funções do Conselho Nacional do Esporte, que foi criado em 2002 e, ao todo, conta com 22 integrantes, entre representantes de entidades esportivas, de atletas, de clubes sociais, de dirigentes esportivos e do Ministério do Esporte.