Apagão de maconha pode fazer Nevada declarar "emergência"
Nevada é o sétimo estado dos EUA a legalizar a venda e o consumo de maconha para uso recreativo - e o sucesso foi tão grande que ameaça ao fornecimento
João Pedro Caleiro
Publicado em 11 de julho de 2017 às 17h42.
Última atualização em 11 de julho de 2017 às 18h27.
São Paulo - O estado de Nevada , nos Estados Unidos, legalizou a maconha em novembro passado e começou as vendas legais no último dia 1º de julho.
Segundo a revista Fortune, já foram mais de US$ 3 milhões em vendas, mas o sucesso foi tanto que pode causar um apagão no fornecimento, segundo o site local Reno Gazette-Journal.
Na sexta-feira (07), o governador republicano Brian Sandoval endossou o pedido do Departamento de Taxação do estado para implementar o chamado "estado de emergência".
O problema foi causado por uma ordem judicial obtida recentemente pelos atacadistas de álcool, que temiam a concorrência.
Eles conseguiram o direito exclusivo de transportar a maconha entre os cultivadores e os quase 50 estabelecimentos já licenciados de varejo.
Só que nenhuma licença foi dada a estes distribuidores por causa de problemas de zoneamento e formulários, e a venda teve que começar com base apenas em estoques - já praticamente esgotados.
O estado de emergência permitira que as licenças fossem agilizadas e estendidas também para grupos de fora da indústria do álcool.
O governo está preocupado não apenas com a conveniência dos usuários, mas também com sua própria saúde financeira.
O cultivo é taxado em 15%, com receita direcionada para escolas, e a venda em 10%, com recursos para um fundo de segurança que pode ser usado para vários fins.
A projeção do governo é que o novo negócio pode produzir mais de US$ 60 milhões em receitas fiscais durante os próximos dois anos (além de incentivar o turismo em cidades como Las Vegas).
Mercado
Nevada é o sétimo estado dos Estados Unidos, além do distrito de Columbia, a legalizar a venda e o consumo de maconha para uso recreativo.
O potencial da legalização será sentido para valer no ano que vem, quando começam as vendas na Califórnia - que se fosse um país, já teria superado o Brasil e chegado na 6ª posição mundial.