Exame Logo

Ao entrar no Mercosul, Venezuela distribui promessas de recursos

A Venezuela só conseguiu aderir ao Mercosul, acordo que vinha sendo negociado desde 2006, porque o bloco suspendeu o Paraguai em junho

Hugo Chávez falando com a imprensa antes de ir ao Brasil (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 21h29.

Brasília - No dia de sua entrada oficial como membro pleno do Mercosul , a Venezuela aproveitou para anunciar investimentos e a compra de produtos dos parceiros do bloco econômico nesta terça-feira, em uma demonstração de força como uma das potências do grupo.

Em Brasília, para a reunião dos chefes de Estado que chancelou a Venezuela como o quinto país membro do bloco, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, presenciou a assinatura de um acordo para a compra de jatos da Embraer em um negócio que pode chegar a 900 milhões de dólares.

Com a Argentina, Chávez anunciou uma parceria entre a estatal venezuelana de petróleo PDVSA com a YPF, sem dar detalhes financeiros, e em uma reunião bilateral com o presidente do Uruguai, José Mujica, acertou uma linha hídrica entre os dois países e sinalizou possíveis acordos automotivos.

A Venezuela só conseguiu aderir ao Mercosul, acordo que vinha sendo negociado desde 2006, porque o bloco suspendeu o Paraguai em junho por discordar da legitimidade do impeachment do presidente Fernando Lugo. Devido à suspensão, o Paraguai não participou da reunião em Brasília.


O Parlamento paraguaio era o único que não tinha chancelado a adesão venezuelana ao grupo.

A entrada da Venezuela elevou o Produto Interno Bruto (PIB) do Mercosul a 3,3 trilhões de dólares e a 83,25 por cento da economia sul-americana.

"A entrada da Venezuela (no Mercosul) é um trunfo extraordinário porque incorpora um grande mercado e permite com que todo o Mercosul tenha acesso a reservas minerais e energéticas", disse o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

Em discurso no Planalto, Chávez comemorou dizendo que "nosso norte é o sul". "vocês nos permitem ser nós mesmos", completou ele, ao se referir à aprovação da entrada de seu país ao grupo.

Ele chegou a se referir, no discurso, ao Paraguai, país que chegou a reclamar da aprovação da entrada da Venezuela no momento em que está suspenso.

Novos membros - Enquanto garantiu que o Mercosul trabalha para incorporar rapidamente a Venezuela, com prazo desejado para janeiro de 2013, Garcia afirmou que está em conversas para a inclusão de novos membros.


Ele contou que deve conversar com o presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que há intenção de trazer o Equador para o grupo e que outros países também precisam ser atraídos.

"O problema da Colômbia é que ela tem uma tarifa externa diferente da nossa... É o mesmo problema do Chile e do Peru", disse ele, citando três países que a presidente Dilma Rousseff gostaria de ver no bloco.

"Não podemos romper a regra de os países terem uma tarifa externa comum", disse Garcia.

O uruguaio Mujica se mostrou favorável à atração de novos membros e disse que o Mercosul precisa "abrir sua cabeça" para aceitar países que assinaram outros pactos, como o de livre-comércio com os Estados Unidos.

"O livre comércio não existe, existe a palavra", disse ele ao deixar o Itamaraty.

Mujica citou a possibilidade de Chile, Colômbia e Peru se unirem ao bloco no futuro como uma forma de o Mercosul seguir crescendo. "Temos que ir tecendo estas relações... Neste mundo, o que não cresce, apodrece", disse ele.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, participou das reuniões e afirmou que há a preocupação de garantir a segurança jurídica dos atos decididos pelo bloco durante a ausência do Paraguai.

"Eu tenho convicção de que a decisão de incorporar a Venezuela foi feita com bases legais sólidas", disse ele à Reuters.

Veja também

Brasília - No dia de sua entrada oficial como membro pleno do Mercosul , a Venezuela aproveitou para anunciar investimentos e a compra de produtos dos parceiros do bloco econômico nesta terça-feira, em uma demonstração de força como uma das potências do grupo.

Em Brasília, para a reunião dos chefes de Estado que chancelou a Venezuela como o quinto país membro do bloco, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, presenciou a assinatura de um acordo para a compra de jatos da Embraer em um negócio que pode chegar a 900 milhões de dólares.

Com a Argentina, Chávez anunciou uma parceria entre a estatal venezuelana de petróleo PDVSA com a YPF, sem dar detalhes financeiros, e em uma reunião bilateral com o presidente do Uruguai, José Mujica, acertou uma linha hídrica entre os dois países e sinalizou possíveis acordos automotivos.

A Venezuela só conseguiu aderir ao Mercosul, acordo que vinha sendo negociado desde 2006, porque o bloco suspendeu o Paraguai em junho por discordar da legitimidade do impeachment do presidente Fernando Lugo. Devido à suspensão, o Paraguai não participou da reunião em Brasília.


O Parlamento paraguaio era o único que não tinha chancelado a adesão venezuelana ao grupo.

A entrada da Venezuela elevou o Produto Interno Bruto (PIB) do Mercosul a 3,3 trilhões de dólares e a 83,25 por cento da economia sul-americana.

"A entrada da Venezuela (no Mercosul) é um trunfo extraordinário porque incorpora um grande mercado e permite com que todo o Mercosul tenha acesso a reservas minerais e energéticas", disse o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

Em discurso no Planalto, Chávez comemorou dizendo que "nosso norte é o sul". "vocês nos permitem ser nós mesmos", completou ele, ao se referir à aprovação da entrada de seu país ao grupo.

Ele chegou a se referir, no discurso, ao Paraguai, país que chegou a reclamar da aprovação da entrada da Venezuela no momento em que está suspenso.

Novos membros - Enquanto garantiu que o Mercosul trabalha para incorporar rapidamente a Venezuela, com prazo desejado para janeiro de 2013, Garcia afirmou que está em conversas para a inclusão de novos membros.


Ele contou que deve conversar com o presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que há intenção de trazer o Equador para o grupo e que outros países também precisam ser atraídos.

"O problema da Colômbia é que ela tem uma tarifa externa diferente da nossa... É o mesmo problema do Chile e do Peru", disse ele, citando três países que a presidente Dilma Rousseff gostaria de ver no bloco.

"Não podemos romper a regra de os países terem uma tarifa externa comum", disse Garcia.

O uruguaio Mujica se mostrou favorável à atração de novos membros e disse que o Mercosul precisa "abrir sua cabeça" para aceitar países que assinaram outros pactos, como o de livre-comércio com os Estados Unidos.

"O livre comércio não existe, existe a palavra", disse ele ao deixar o Itamaraty.

Mujica citou a possibilidade de Chile, Colômbia e Peru se unirem ao bloco no futuro como uma forma de o Mercosul seguir crescendo. "Temos que ir tecendo estas relações... Neste mundo, o que não cresce, apodrece", disse ele.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, participou das reuniões e afirmou que há a preocupação de garantir a segurança jurídica dos atos decididos pelo bloco durante a ausência do Paraguai.

"Eu tenho convicção de que a decisão de incorporar a Venezuela foi feita com bases legais sólidas", disse ele à Reuters.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaHugo ChávezMercosulPolíticosVenezuela

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame