Economia

Ano de 2011 não será fácil para indústria, reitera Fiesp

Federação culpa a valorização do real e a inflação

Fiesp prevê crescimento de 4% do PIB e 3% da atividade industrial (Bia Parreiras/VIAGEM E TURISMO)

Fiesp prevê crescimento de 4% do PIB e 3% da atividade industrial (Bia Parreiras/VIAGEM E TURISMO)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2011 às 15h42.

São Paulo - O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, voltou a afirmar hoje que o ano de 2011 não será fácil para a indústria de transformação. Além da taxa de câmbio fora do lugar, na avaliação da indústria, que aparece na primeira fileira dos principais fatores que contribuem para a deterioração da atividade fabril, o executivo também culpa a inflação.

De acordo com o diretor da Fiesp, todas as medidas adotadas pela equipe econômica do governo com o objetivo de conter a inflação caminham no sentido de reduzir a atividade econômica. "Só por isso a indústria já seria afetada. Adiciona-se a isso a taxa de câmbio agressiva", reclamou Francini, em entrevista na sede da entidade, após divulgação do Indicador do Nível de Atividade (INA) de maio.

O INA cresceu 1% em maio na comparação com abril, já considerando os ajustes sazonais, mas os dados de abril foram revisados para baixo tanto na série com ajuste sazonal como na série, sem ajuste. O INA de abril, com ajuste sazonal, foi revisado de uma alta de 0,6% para uma queda de 0,4%. E na série sem ajustes, o nível da atividade em abril foi revisado de uma queda de 2,2% para uma queda ainda maior, de 4% na comparação com março.

Para Francini, enquanto o PIB neste ano deverá crescer à razão de 4%, a indústria de transformação deverá encerrar com uma expansão de 3%, mas com um detalhe: a maior parte deste avanço decorre do carregamento estatístico do bom desempenho do setor no ano passado. "Um PIB de 4% não é de chorar, mas para a indústria de transformação, o ano não será nada fácil", disse.

Francini também recorreu a dados da Pesquisa Sensor Fiesp - que mede a confiança dos industriais - para demonstrar seu desapontamento em relação ao cenário econômico e seus impactos sobre a atividade industrial. O Sensor, que em março esteve em 56,9 pontos, caiu para 54,9 pontos em abril, foi a 52,2 em maio e agora em junho caiu a 50,3 pontos. De acordo com Francini, de modo geral, o Sensor tem rodado próximo de 50 pontos, ou perto do que ele chama de neutralidade.

O estoque, por exemplo, que é um dos cinco itens que compõem o Sensor da Fiesp, que em abril tinha atingido 53,5 pontos, volume indesejável, passou para 44,3 pontos em maio e agora em junho voltou a subir, para 47,8 pontos. Isso ocorreu, de acordo com o diretor da Fiesp, porque as expectativas dos industriais com relação à demanda em junho não se concretizaram. As vendas, que em abril tinham atingido 52,6 pontos, foram a 51,3 pontos em maio e a 50,5 pontos em junho. "Como as vendas caíram, as expectativas em relação ao aumento da demanda acabaram se revertendo em estoques", observou.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioFiespIndústriaIndústrias em geralInflação

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega