Economia

Analistas já preveem inflação a 8%

onsultorias independentes e ligadas a bancos revisaram para cima a projeção


	Lâmpada: nas contas dos economistas do banco, a energia elétrica vai responder por quase a metade da inflação dos preços administrados em 2015
 (Jupiterimages/Thinkstock)

Lâmpada: nas contas dos economistas do banco, a energia elétrica vai responder por quase a metade da inflação dos preços administrados em 2015 (Jupiterimages/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2015 às 10h36.

São Paulo - Por causa da forte elevação da tarifa de energia elétrica, consultorias independentes e ligadas a bancos revisaram para cima a projeção de inflação para este ano, que já chega a 8%.

Se a expectativa se confirmar, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano será o maior desde 2003, quando a inflação fechou em 9,3% e também foi afetada pelo aumento da eletricidade e pela disparada do câmbio.

Entre as consultorias ouvidas, o departamento econômico do banco Credit Suisse fez a maior correção. Projetava uma inflação de 7,1% para 2015 e agora espera uma alta de 8%.

De acordo com o relatório do banco, a mudança ocorreu por causa do avanço dos preços administrados, puxados para cima por causa da eletricidade.

Os economistas do banco esperam uma alta de 13,2% nas tarifas, mais que o dobro da variação do ano passado (5,3%) e impulsionada pela energia elétrica, que deve subir 52% este ano por causa dos maiores reajustes extraordinários que ocorreram no início deste mês.

Em 2014, a tarifa de eletricidade residencial subiu 17%. Nas contas dos economistas do banco, a energia elétrica vai responder por quase a metade da inflação dos preços administrados em 2015 e por 1,5 ponto porcentual do IPCA do ano.

A Tendências é outra consultoria que ampliou a projeção de inflação por causa das tarifas. A economista Adriana Molinari projeta um aumento de 7,9% do IPCA deste ano. A estimativa anterior era de alta de 7,3%.

Ela argumenta que a mudança se deu por causa do aumento do custo da eletricidade, antes projetado com uma elevação de 46%, e agora de 68%.

Com isso, a expectativa anterior, que era de uma elevação de 11,6% dos preços administrados para este ano, subiu para 14,2%.

A eletricidade pesa quase 3% no IPCA e responde por quase um quarto dos preços administrados.

A economista observa que o desempenho do câmbio está acima do inicialmente projetado pela consultoria, mas ressalta que a mudança na estimativa se deveu à pressão das tarifas. Em relação ao câmbio, ela diz que "a atividade enfraquecida pode mitigar os efeitos da alta do dólar".

A LCA consultores projeta uma inflação de 7,8% para este ano. "Será a maior inflação desde 2003", prevê Etore Sanchez, economista da consultoria.

Ele lembra que, coincidentemente, a inflação de 2003, de 9,3%, foi puxada para cima pela energia elétrica e pelo câmbio, que disparou com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.

"Câmbio e energia são fatores coincidentes para pressionar o IPCA em 2003 e 2015."

Nas contas de Sanchez, o reajuste de energia elétrica residencial deve ser de 52,37% este ano. O conjunto dos preços administrados deve subir 13,2% em 2015 e também registrar a maior variação desde 2003, quando as tarifas aumentaram 13,07%.

Martelo

Também há consultorias que estão prestes a bater o martelo para aumentar a projeção de inflação para este ano.

"Amanhã (esta quarta-feira, 5) vamos ter uma reunião para revisar o cenário como um todo e a inflação será um ponto a ser alterado para cima", diz Rafael Bistafa, economista da consultoria Rosenberg Associados. Por enquanto, a consultoria espera um IPCA de 7,5% para este ano.

A GO Associados, que projeta uma inflação de 6,8%, aguarda a divulgação do IPCA de fevereiro, que será conhecido na sexta-feira, para alterar a estimativa, que muito provavelmente caminha para 7%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EletricidadeEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCAPreços

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação