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América Latina tenta aumentar vendas de alimentos à China

Para isso, a região aposta em novos produtos

Às tradicionais exportações de carne e soja, o Brasil está tentando somar também exportações de produtos lácteos, vinhos e da famosa cachaça (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2012 às 11h59.

Xangai - Os países da América Latina, que nos últimos anos aumentaram progressivamente suas vendas de alimentos e bebidas à China, um dos mercados com maior crescimento do mundo, estão tentando aumentar sua presença no país com a introdução de novos produtos.

Assim demonstraram os países latino-americanos que participam nesta semana da Feira Internacional de Alimentação SIAL de Xangai, uma das feiras anuais mais importantes para o setor em toda a região da Ásia-Pacífico.

O Brasil é o país convidado de honra desta grande reunião comercial e recebeu uma atenção especial por parte dos potenciais compradores e distribuidores chineses e asiáticos.

Este protagonismo especial é muito oportuno, porque, segundo explicou à Agência Efe o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, "a China tem uma importância estratégica".

Ele acrescentou que o gigante asiático é um dos mercados de importação de alimentos brasileiros mais importantes do mundo.

Às tradicionais exportações de carne e soja, que ocupam a maior parte das vendas agrícolas brasileiras à China, o Brasil está tentando somar também exportações de produtos lácteos, vinhos e da famosa cachaça.

Em 2011, as vendas de alimentos brasileiros à China somaram US$ 16 bilhões, e 30 empresários se apresentaram na SIAL de Xangai dispostos a aumentar esse número a partir deste ano.

Enquanto a Argentina marcou a exceção e participou com apenas sete empresas para defender seu tradicional terreno na China nos últimos anos (principalmente frango, vísceras e carne, embora seus doces de leite também sejam famosos), outro vizinho do Mercosul, o Uruguai, também tenta ampliar mercado.

A estrela das exportações uruguaias à China é a carne, principalmente bovina, mas o país está se esforçando em encontrar distribuidores para introduzir também seus produtos lácteos, seu chocolate e inclusive seus óleos de oliva, girassol e soja, destacou à Efe sua embaixadora em Pequim, Rosário Portell.


"O que mais vendemos (à China) ainda são carnes de menor valor, sobras e vísceras do ruminante, que para a indústria é importante", disse Daniel Sparano, do Instituto Nacional da Carne do Uruguai (INAC), ressaltando que se não fosse pelo mercado chinês, onde o consumo destes produtos é muito popular, seria impossível vendê-los.

O funcionário da instituição destacou que um produto de qualidade máxima como o uruguaio, livre de hormônios e antibióticos por lei, livre de febre aftosa, e obtido com uma criação de pasto ao ar livre, deveria estar tão valorizado e representado na China como está no mundo.

Os primeiros passos já foram dados, e desde que o Uruguai apresentou sua famosa carne tradicional na Exposição Universal de Xangai 2010, quando o presidente anterior, Tabaré Vázquez, chegou a negociar pessoalmente, em um evento que teve 73 milhões de visitantes, a imagem positiva começou a ser criada.

"Desde 2010, a indústria frigorífica uruguaia conseguiu um interesse na China como mercado de alta qualidade" e não apenas de miudezas, afirmou, por isso que já há 20 companhias autorizadas a exportar à China, das quais mais de dez já estão vendendo seus produtos no gigante asiático.

Entre os novos produtos latino-americanos que estão tomando força na China também se destaca o café.

"Há dois anos os consumidores chineses não distinguiam um bom café, mas o mercado está crescendo muito rápido", destacou Rocky Wang, representante da marca cubana Cubanita, presente na China há dois anos, principalmente em Xangai, Guangzhou e Pequim.

"Vendemos 30 toneladas em 2011 e certamente este ano chegaremos a 50", declarou.

A Associação de Cafeicultores da Colômbia, por sua vez, está introduzindo agora o café em grão para marcas chinesas, e já vende café liofilizado da marca Buendía e moído de Juan Valdés a mais de cinco marcas locais.

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Xangai - Os países da América Latina, que nos últimos anos aumentaram progressivamente suas vendas de alimentos e bebidas à China, um dos mercados com maior crescimento do mundo, estão tentando aumentar sua presença no país com a introdução de novos produtos.

Assim demonstraram os países latino-americanos que participam nesta semana da Feira Internacional de Alimentação SIAL de Xangai, uma das feiras anuais mais importantes para o setor em toda a região da Ásia-Pacífico.

O Brasil é o país convidado de honra desta grande reunião comercial e recebeu uma atenção especial por parte dos potenciais compradores e distribuidores chineses e asiáticos.

Este protagonismo especial é muito oportuno, porque, segundo explicou à Agência Efe o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, "a China tem uma importância estratégica".

Ele acrescentou que o gigante asiático é um dos mercados de importação de alimentos brasileiros mais importantes do mundo.

Às tradicionais exportações de carne e soja, que ocupam a maior parte das vendas agrícolas brasileiras à China, o Brasil está tentando somar também exportações de produtos lácteos, vinhos e da famosa cachaça.

Em 2011, as vendas de alimentos brasileiros à China somaram US$ 16 bilhões, e 30 empresários se apresentaram na SIAL de Xangai dispostos a aumentar esse número a partir deste ano.

Enquanto a Argentina marcou a exceção e participou com apenas sete empresas para defender seu tradicional terreno na China nos últimos anos (principalmente frango, vísceras e carne, embora seus doces de leite também sejam famosos), outro vizinho do Mercosul, o Uruguai, também tenta ampliar mercado.

A estrela das exportações uruguaias à China é a carne, principalmente bovina, mas o país está se esforçando em encontrar distribuidores para introduzir também seus produtos lácteos, seu chocolate e inclusive seus óleos de oliva, girassol e soja, destacou à Efe sua embaixadora em Pequim, Rosário Portell.


"O que mais vendemos (à China) ainda são carnes de menor valor, sobras e vísceras do ruminante, que para a indústria é importante", disse Daniel Sparano, do Instituto Nacional da Carne do Uruguai (INAC), ressaltando que se não fosse pelo mercado chinês, onde o consumo destes produtos é muito popular, seria impossível vendê-los.

O funcionário da instituição destacou que um produto de qualidade máxima como o uruguaio, livre de hormônios e antibióticos por lei, livre de febre aftosa, e obtido com uma criação de pasto ao ar livre, deveria estar tão valorizado e representado na China como está no mundo.

Os primeiros passos já foram dados, e desde que o Uruguai apresentou sua famosa carne tradicional na Exposição Universal de Xangai 2010, quando o presidente anterior, Tabaré Vázquez, chegou a negociar pessoalmente, em um evento que teve 73 milhões de visitantes, a imagem positiva começou a ser criada.

"Desde 2010, a indústria frigorífica uruguaia conseguiu um interesse na China como mercado de alta qualidade" e não apenas de miudezas, afirmou, por isso que já há 20 companhias autorizadas a exportar à China, das quais mais de dez já estão vendendo seus produtos no gigante asiático.

Entre os novos produtos latino-americanos que estão tomando força na China também se destaca o café.

"Há dois anos os consumidores chineses não distinguiam um bom café, mas o mercado está crescendo muito rápido", destacou Rocky Wang, representante da marca cubana Cubanita, presente na China há dois anos, principalmente em Xangai, Guangzhou e Pequim.

"Vendemos 30 toneladas em 2011 e certamente este ano chegaremos a 50", declarou.

A Associação de Cafeicultores da Colômbia, por sua vez, está introduzindo agora o café em grão para marcas chinesas, e já vende café liofilizado da marca Buendía e moído de Juan Valdés a mais de cinco marcas locais.

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