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Alvin Roth, um Nobel de Economia que pode salvar vidas

Estudo sobre mercados pode ajudar a aumentar número de transplantes de rim

Alvin Roth venceu o Prêmio Nobel em 2012 (Justin Sullivan/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2012 às 13h29.

Estocolmo - O professor Alvin Roth, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2012 junto com Lloyd Shapley, explicou neste domingo à Agência Efe como o resultado de seus estudos sobre 'alocações estáveis e modelo de mercados' pode ajudar a aumentar o número de transplantes de rim.

'Sem dúvidas' pode se dizer que o Nobel de Economia deste ano tem uma aplicação que ajuda a salvar vidas, afirmou Roth. 'Eu me sinto muito bem. A economia trata de coisas reais', prosseguiu.

A Academia Sueca das Ciências decidiu premiar Roth e Shapley por seus estudos com os quais abordaram um problema econômico central, a 'otimização de oferta e demanda', e o resolveram em 'um exemplo sobressalente de engenharia econômica'.

Na prática, se trata de como emparelhar diferentes agentes da melhor e mais estável forma possível, ou dito de outra maneira, como conseguir, por exemplo, os melhores resultados no processo de alocação entre os médicos que querem fazer sua residência e os hospitais dispostos a aceitá-los, um caso no qual ambas as partes expressam suas preferências.

Roth foi um dos fundadores do 'Programa da Nova Inglaterra de transplante de rim para doadores e pacientes incompatíveis', e é um tema que muito o atrai, a julgar pela quantidade de posts em seu blog, 'marketdesing'.

Roth, de 61 anos, explicou que 'às vezes um doador vivo é incompatível com o paciente, mas quando há várias duplas deste tipo é possível estabelecer uma troca na qual cada paciente obtenha um órgão idôneo do doador de outro paciente'.

Até o momento, os transplantes que são feitos com este tipo de sistema 'são poucos, algumas centenas nos Estados Unidos por ano', mas espera-se que cresçam, conforme vão 'aprendendo a fazê-lo melhor'.

Shapley, de 89 anos, começou seus trabalhos antes de Roth, através da teoria dos jogos cooperativos, e desenvolveu junto com outro especialista o algoritmo que tem seus nomes, Gale-Shapley, que ajuda a organizar o processo da preferências das pessoas.

Roth fez algumas remodelações a esse algoritmo e usou a teoria dos jogos para comparar os diferentes métodos de parcerias e assegurar que os resultados seriam aceitáveis para todas as partes. Assim, ajudou a projetar o sistema usado pela cidade de Nova York para a alocação de estudantes nas escolas.


No entanto, Roth, professor de Economia e Administração de empresas na Escola de Negócios da Universidade de Harvard, não gosta de falar da crise econômica, pois diz que não é 'um economista desse tipo', enquanto sorri com ar de resignação e acaba levando a resposta a seu campo: o desenho de mercados.

Em alguns aspectos, 'o desenho de mercados pode ter, a longo prazo, algum efeito aliviando os efeitos da crise econômica', disse. E nesse sentido fez referência ao desemprego, já que 'uma parte da crise econômica' tem a ver com ele.

O desemprego se deve, em parte, à falta de atividade econômica, mas também 'pode estar ligado' a haver 'gente que procura emprego enquanto há empresas que buscam trabalhadores, mas uns não se encontram com os outros', explicou.

Quando esse é o problema, 'algumas vezes é possível facilitar', criando instituições que 'ajudem para que a informação passe aos mercados, que se saiba onde há trabalhadores ou postos de trabalho disponíveis e qual tipo de preparação é a requerida'.

'Simplesmente não sou um especialista na crise econômica europeia - reiterou Roth -. Só entendo as coisas que estudei em detalhes, e por um longo período de tempo, portanto não posso dizer qual será o futuro'.

Quanto a seu tema de estudos, o economista disse que continua trabalhando para melhorar não só os métodos de emparelhamento de doadores e pacientes em matéria de transplantes, mas também de estudantes e escolas, além de tentar entender 'como é possível estabelecer normas para os mercados descentralizados, de modo que trabalhem melhor'.

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Estocolmo - O professor Alvin Roth, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2012 junto com Lloyd Shapley, explicou neste domingo à Agência Efe como o resultado de seus estudos sobre 'alocações estáveis e modelo de mercados' pode ajudar a aumentar o número de transplantes de rim.

'Sem dúvidas' pode se dizer que o Nobel de Economia deste ano tem uma aplicação que ajuda a salvar vidas, afirmou Roth. 'Eu me sinto muito bem. A economia trata de coisas reais', prosseguiu.

A Academia Sueca das Ciências decidiu premiar Roth e Shapley por seus estudos com os quais abordaram um problema econômico central, a 'otimização de oferta e demanda', e o resolveram em 'um exemplo sobressalente de engenharia econômica'.

Na prática, se trata de como emparelhar diferentes agentes da melhor e mais estável forma possível, ou dito de outra maneira, como conseguir, por exemplo, os melhores resultados no processo de alocação entre os médicos que querem fazer sua residência e os hospitais dispostos a aceitá-los, um caso no qual ambas as partes expressam suas preferências.

Roth foi um dos fundadores do 'Programa da Nova Inglaterra de transplante de rim para doadores e pacientes incompatíveis', e é um tema que muito o atrai, a julgar pela quantidade de posts em seu blog, 'marketdesing'.

Roth, de 61 anos, explicou que 'às vezes um doador vivo é incompatível com o paciente, mas quando há várias duplas deste tipo é possível estabelecer uma troca na qual cada paciente obtenha um órgão idôneo do doador de outro paciente'.

Até o momento, os transplantes que são feitos com este tipo de sistema 'são poucos, algumas centenas nos Estados Unidos por ano', mas espera-se que cresçam, conforme vão 'aprendendo a fazê-lo melhor'.

Shapley, de 89 anos, começou seus trabalhos antes de Roth, através da teoria dos jogos cooperativos, e desenvolveu junto com outro especialista o algoritmo que tem seus nomes, Gale-Shapley, que ajuda a organizar o processo da preferências das pessoas.

Roth fez algumas remodelações a esse algoritmo e usou a teoria dos jogos para comparar os diferentes métodos de parcerias e assegurar que os resultados seriam aceitáveis para todas as partes. Assim, ajudou a projetar o sistema usado pela cidade de Nova York para a alocação de estudantes nas escolas.


No entanto, Roth, professor de Economia e Administração de empresas na Escola de Negócios da Universidade de Harvard, não gosta de falar da crise econômica, pois diz que não é 'um economista desse tipo', enquanto sorri com ar de resignação e acaba levando a resposta a seu campo: o desenho de mercados.

Em alguns aspectos, 'o desenho de mercados pode ter, a longo prazo, algum efeito aliviando os efeitos da crise econômica', disse. E nesse sentido fez referência ao desemprego, já que 'uma parte da crise econômica' tem a ver com ele.

O desemprego se deve, em parte, à falta de atividade econômica, mas também 'pode estar ligado' a haver 'gente que procura emprego enquanto há empresas que buscam trabalhadores, mas uns não se encontram com os outros', explicou.

Quando esse é o problema, 'algumas vezes é possível facilitar', criando instituições que 'ajudem para que a informação passe aos mercados, que se saiba onde há trabalhadores ou postos de trabalho disponíveis e qual tipo de preparação é a requerida'.

'Simplesmente não sou um especialista na crise econômica europeia - reiterou Roth -. Só entendo as coisas que estudei em detalhes, e por um longo período de tempo, portanto não posso dizer qual será o futuro'.

Quanto a seu tema de estudos, o economista disse que continua trabalhando para melhorar não só os métodos de emparelhamento de doadores e pacientes em matéria de transplantes, mas também de estudantes e escolas, além de tentar entender 'como é possível estabelecer normas para os mercados descentralizados, de modo que trabalhem melhor'.

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