Economia

Alta no IPI para carro importado pode excluir Uruguai

"A medida foi muito significativa para o Uruguai, mas o comércio é pouco significativo para o Brasil" justificou uma integrante do governo brasileiro

O Uruguai quer que a alta do IPI não seja válida para os carros de Kia, Cherry e Lifan montados no país e exportados ao Brasil (Creative Commons)

O Uruguai quer que a alta do IPI não seja válida para os carros de Kia, Cherry e Lifan montados no país e exportados ao Brasil (Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2011 às 18h14.

Brasília - A secretária de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloisa Meneses, informou hoje à Agência Estado que o Brasil pode abrir uma exceção para o Uruguai em relação ao aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados. "A medida foi muito significativa para o Uruguai, mas o comércio é pouco significativo para o Brasil", afirmou depois de participar de uma reunião no Ministério da Fazenda com o secretário-executivo Nelson Barbosa e o vice-ministro de Economia e Finanças do Uruguai, Luis Porto.

O Uruguai quer que as montadoras Kia, Lifan e Cherry possam continuar exportando os carros montados no Uruguai para o Brasil sem o aumento do IPI. Essas montadoras não conseguem cumprir o índice de conteúdo regional que garantiria a manutenção do tributo no mesmo patamar.

A secretária lembrou que o Brasil tem um acordo automotivo com o Uruguai com uma cota de 12 mil veículos por ano, que podem entrar no Brasil com benefícios tributários. "O Uruguai está num esforço crescente para aumentar o conteúdo regional, mas a indústria de autopeças ainda é incipiente", afirmou. "Vamos estudar com carinho o pedido do governo uruguaio. A medida não foi feita para impactar a relação entre Brasil e Uruguai", completou.

Emergencial

Heloisa disse que o decreto elevando o IPI para importados deve ser encarado como emergencial. Segundo ela, o governo irá construir, até o final do ano que vem, um regime automotivo de fato com contrapartidas reais das montadoras. Ela falou que até lá, quando estará em vigor o decreto do aumento do IPI, não haverá um regime alternativo. "Não vamos fazer um regime alternativo. A medida deve ser encarada como de caráter emergencial e ponto. Queremos um programa mais estruturante de apoio às montadores e à indústria de autopeças com contrapartidas reais e inovação", disse a secretária.

Ela afirmou que o governo não deve voltar atrás da decisão de aumentar o IPI para carros importados e fará um acompanhamento em relação ao aumento de preços de automóveis e manutenção do emprego na indústria automotiva. Ela disse que a Anfavea, em nenhum momento, se comprometeu em manter os preços, mas afirmou que o setor não tem motivo para reajustes.

Heloisa ainda disse que, apesar do dólar estar mais alto, o que diminui a competitividade dos importados, a situação internacional ainda exige atenção. "A diferença de competitividade (entre carros nacionais e importados) ainda é muito grande", avaliou.

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