Economia

Alta do dólar beneficia atividades voltadas ao setor externo

O setor de celulose e papel é o principal exemplo,em agosto, teve alta de 1,0% na atividade ante igual período de 2014


	O setor de celulose e papel é o principal exemplo: em agosto, teve alta de 1,0% na atividade ante igual período de 2014
 (hxdyl/ThinkStock)

O setor de celulose e papel é o principal exemplo: em agosto, teve alta de 1,0% na atividade ante igual período de 2014 (hxdyl/ThinkStock)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2015 às 11h15.

Rio de Janeiro - A desvalorização do real ante o dólar continua a beneficiar a produção de setores mais voltados ao mercado externo, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 2.

Só que esse aumento não é suficiente para salvar a indústria de novos resultados negativos. Por isso, a atividade caiu 1,2% em agosto ante julho e, em 12 meses, desacelerou a -5,7%, o pior resultado desde dezembro de 2009 (-7,1%).

"É claro que observamos, naquelas atividades mais voltadas para mercado externo, alguma melhora. Mas ainda é insuficiente para reverter trajetória descendente da produção, que está bem marcada", afirmou Macedo.

O setor de celulose e papel é o principal exemplo, mencionou o gerente do IBGE. Em agosto, esse setor teve alta de 1,0% na atividade ante igual período de 2014. Na análise por quadrimestres, a melhora é ainda mais evidente.

Nos primeiros quatro meses de 2015, o grupo celulose, dentro de bens intermediários, avançou 0,5% ante igual período do ano passado. Já entre maio e agosto, a alta foi de 11,6% na mesma base de comparação.

Outros produtos também têm mostrado melhora em termos de exportação, pontuou Macedo, entre eles madeira, aviões e produtos siderúrgicos. "Ainda assim, os desempenhos são insuficientes para reverter a trajetória tanto da produção como um todo quanto das atividades em que estão inseridos", afirmou.

Pico histórico

A indústria brasileira está se distanciando cada vez mais de seu pico histórico de produção, verificado em junho de 2013, afirmou André Macedo. Em agosto deste ano, a atividade ficou 15,0% abaixo de seu ponto máximo. Em julho, a produção estava 14,1% distante de seu pico histórico.

"Em termos de patamar, é como se a produção estivesse operando em maio de 2009", notou Macedo. O gerente lembrou que, na esteira da crise mundial, a produção recuou 7,1% naquele ano.

Agora, com o resultado de agosto de 2015, a produção já acumula queda de 6,9% no ano e recuo de 5,7% em 12 meses. Essa queda em 12 meses é a mais intensa justamente desde dezembro de 2009.

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