Economia

Aloysio Nunes: vejo com preocupação consequências da Carne Fraca

De acordo com o chefe do Itamaraty, o setor de agronegócio foi um dos principais responsáveis pelo superávit comercial registrado pelo país no ano passado

Carne Fraca: os 21 frigoríficos sob fiscalização intensiva representam menos de 1% da exportação brasileira de carnes (Ricardo Moraes/Reuters)

Carne Fraca: os 21 frigoríficos sob fiscalização intensiva representam menos de 1% da exportação brasileira de carnes (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2017 às 12h42.

Última atualização em 21 de março de 2017 às 12h43.

Brasília - A estratégia do governo para tentar estancar as consequências da Operação Carne Fraca sobre o País é minimizar os efeitos das irregularidades dentro do universo do setor.

Ao participarem da conferência organizada pelo Council of The Americas, essa foi a tônica do discurso do presidente Michel Temer, e dos ministros de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira.

Aloysio disse ver com preocupação as consequências da Operação Carne Fraca nas exportações brasileiras. "Vemos com preocupação, eu não diria crise, mas o incidente atual", afirmou.

Segundo ele, o setor de agronegócio foi um dos principais responsáveis pelo superávit comercial registrado pelo País no ano passado, de US$ 48 bilhões, o maior dos últimos 15 anos.

Segundo Pereira, os 21 frigoríficos sob fiscalização intensiva representam menos de 1% da exportação brasileira de carnes em 2016, correspondendo a cerca de US$ 120 milhões em um universo de US$ 14 bilhões em embarques.

Pereira adiantou ainda que o tema da carne não será abordado na primeira rodada de negociações entre o Mercosul e a União Europeia.

Aloysio disse ainda que o governo do presidente Michel Temer não é uma gestão de transição, mas reformista. A prioridade, segundo ele, é aumentar a maior inserção do Brasil na economia global, elevar o número de acordos comerciais, reduzir as barreiras injustificadas a produtos brasileiros e atrair investimentos externos.

O ministro ressaltou que a economia brasileira é a sétima maior do mundo, mas está na 25ª posição no ranking de exportadores e importadores.

"O cenário internacional é de incertezas, mas não vamos enfrentar desafios requentando velhas fórmulas", afirmou Aloysio. "O Brasil vai enfrentar esses desafios com abertura e integração."

O chanceler disse também que os países que fundaram o Mercosul estão comprometidos a tornar a região uma zona de livre comércio. Ele disse ainda que a expectativa é concluir o acordo entre Mercosul e União Europeia neste ano.

Aloysio ressaltou que o Brasil mantém seu compromisso com o sistema multilateral de comércio e criticou a adoção de medidas protecionistas. "A espiral protecionista pode ter efeitos nefastos para a economia global."

Para Pereira, as medidas de desburocratização e de aumento de produtividade que o governo tem tomado colocam o Brasil no rumo de um Estado menos intervencionista, com ambiente seguro de negócios e com a confiança renovada.

"Estamos comprometidos com a abertura ao comércio internacional e vemos os Estados Unidos como parceiros essenciais", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Aloysio NunesGoverno TemerMinistério das Relações ExterioresOperação Carne Fraca

Mais de Economia

IBC-Br: prévia do PIB sobe 0,80% em setembro, acima do esperado

Após explosões na Praça dos Três Poderes, pacote de corte de gastos só será anunciado depois do G20

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula