Berlim: estimativas do setor exterior confirmam que Alemanha não pode confiar seu crescimento a curto e médio prazo aos impulsos exteriores (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2013 às 11h43.
Berlim - O governo alemão defendeu nesta quarta-feira que a economia nacional vai crescer de forma sólida em 2014 após dois anos de fracos avanços graças a suas próprias forças, já que não espera impulsos significativos da eurozona ou dos países emergentes.
O Ministério da Economia informou que após o crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) que estima para este ano, a maior economia europeia será vista no ano que vem um 1,7% - um 0,1% mais do que previu em abril - a reboque do impulso do investimento empresarial e da demanda interna.
"A economia alemã está novamente em uma trajetória de crescimento econômico sólido. Os pilares que sustentam o crescimento são forças econômicas internas", defendeu o ministro da Economia interino, Philipp Rösler, ao apresentar o tradicional relatório de outono de previsões macroeconômicas.
Em sua opinião, "o ânimo dos empresários alemães é bom", porque voltaram a investir de forma decidida em bens de capital e infraestrutura após o recesso provocado pelo medo da crise, e "a ocupação e os salários" sobem "de forma notável", e estimulam o consumo privado.
O documento prevê que após a queda de 1,3% deste ano, os investimentos fiquem em 4,3% no próximo, e considera que a Alemanha manterá mínimo desemprego em 2014 e alcançará um novo recorde em ocupação da população.
A taxa de desemprego ficará em 6,9% (2,95 milhões de ociosos) neste ano e em 6,8% (2,93 milhões) no próximo, enquanto a população com trabalho somará 235 mil indivíduos neste ano e 180 mil no que vem, quando a população ativa chegará pela primeira vez aos 42 milhões de pessoas.
Os salários líquidos reais subirão 0,6% este ano, segundo as estimativas oficiais, e 0,9% no próximo ano, enquanto a renda disponível crescerá 2,1% e 2,9%, respectivamente.
"A base desse sucesso é garantida por nossas empresas e por nossos trabalhadores. Mas o governo federal também realizou sua contribuição no mandato passado", assegurou Rösler, que certamente não repetirá à frente de Economia pois sua formação, o partido liberal (FDP), não entrou no novo Bundestag (câmara baixa) nas últimas eleições.
Diante desse otimismo a respeito dos impulsos internos, as estimativas do setor exterior confirmam que a Alemanha, uma economia eminentemente exportadora, não pode confiar seu crescimento a curto e médio prazo aos impulsos exteriores.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu em seu último relatório sobre a Alemanha que a maior economia europeia crescerá 1,4% no ano que vem. O PIB alemão cresceu 0,7% em 2012, após a alta de 3,6% de 2011.