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Acordo Brasil-EUA vira alvo de CNI e Câmara americana

Os dois órgãos farão um grupo de trabalho conjunto para analisar quais seriam os termos e impactos de um possível acordo comercial entre Brasil e EUA

Porto de Itapoá, ao norte do litoral catarinense: oportunidades de trabalho (Jonne Roriz / Divulgação)

João Pedro Caleiro

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 17h40.

São Paulo - A Confederação Nacional da Indústria ( CNI ) e a Câmara de Comércio Americana (a US Chamber of Commerce) assinaram hoje em Brasília um documento que pode abrir caminho para um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos .

Um grupo de trabalho das duas instituições foi formado para avaliar os potenciais custos e ganhos de um acordo - a grosso modo, onde dá para abrir, em qual ritmo e quais seriam os setores mais sensíveis.

Como os Estados Unidos já tem tarifas muito mais baixas que o Brasil, o estudo deve contemplar também o fim da bitributação e de barreiras não-tarifárias como as sanitárias, aplicadas em produtos como o etanol e a carne bovina.

A ideia é que as recomendações conjuntas sejam apresentadas a Dilma e Obama dentro de um ano. A expectativa entre os empresários é grande para a retomada das relações políticas entre os dois países.

Pelo menos em dois temas - o acesso facilitado de empresários que atuam nos dois países e um acordo previdenciário - os acordos já estão prontos e só precisam ser assinados.

Dilma cancelou a visita que faria a Washington DC no ano passado em meio à revelação de que havia sido espionada pelos americanos, mas uma nova data está prometida para 2015.

A CNI pretende atuar de forma vigorosa no ano que vem para reorientar a política comercial brasileira. A avaliação é que o país virou "refém" de um parceiro único - o Mercosul - e que isso diminui o crescimento do comércio e o poder de barganha do país nas negociações em andamento (como a da União Europeia).

Um acordo de estudo de impactos similar ao de hoje foi assinado pela CNI com o Japão em agosto.

“Os acordos comercias são importantes para a indústria brasileira. No momento, vamos estudar o acordo com os Estados Unidos, mas já sabemos que é importante reorganizar o Mercosul, para que o bloco caminhe na velocidade que a indústria brasileira necessita”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

Nos Estados Unidos, a vitória dos republicanos nas últimas eleições é um sinal positivo. O partido de oposição a Obama controla agora não só o Congresso mas também o Senado - o que torna a agenda do presidente ainda mais difícil de ser levada adiante.

Com uma exceção: historicamente, os republicanos são mais amigáveis ao livre-comércio do que os democratas e estão mais dispostos a conceder o fast-track. Essa disposição legal temporária permite ao presidente negociar e assinar acordos comerciais com outros países sem aprovação prévia do Legislativo.

Qualquer acordo entre Brasil e Estados Unidos, no entanto, seria negociado e assinado em um horizonte muito mais longo - e em um cenário político e econômico impossível de ser previsto por enquanto.

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São Paulo - A Confederação Nacional da Indústria ( CNI ) e a Câmara de Comércio Americana (a US Chamber of Commerce) assinaram hoje em Brasília um documento que pode abrir caminho para um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos .

Um grupo de trabalho das duas instituições foi formado para avaliar os potenciais custos e ganhos de um acordo - a grosso modo, onde dá para abrir, em qual ritmo e quais seriam os setores mais sensíveis.

Como os Estados Unidos já tem tarifas muito mais baixas que o Brasil, o estudo deve contemplar também o fim da bitributação e de barreiras não-tarifárias como as sanitárias, aplicadas em produtos como o etanol e a carne bovina.

A ideia é que as recomendações conjuntas sejam apresentadas a Dilma e Obama dentro de um ano. A expectativa entre os empresários é grande para a retomada das relações políticas entre os dois países.

Pelo menos em dois temas - o acesso facilitado de empresários que atuam nos dois países e um acordo previdenciário - os acordos já estão prontos e só precisam ser assinados.

Dilma cancelou a visita que faria a Washington DC no ano passado em meio à revelação de que havia sido espionada pelos americanos, mas uma nova data está prometida para 2015.

A CNI pretende atuar de forma vigorosa no ano que vem para reorientar a política comercial brasileira. A avaliação é que o país virou "refém" de um parceiro único - o Mercosul - e que isso diminui o crescimento do comércio e o poder de barganha do país nas negociações em andamento (como a da União Europeia).

Um acordo de estudo de impactos similar ao de hoje foi assinado pela CNI com o Japão em agosto.

“Os acordos comercias são importantes para a indústria brasileira. No momento, vamos estudar o acordo com os Estados Unidos, mas já sabemos que é importante reorganizar o Mercosul, para que o bloco caminhe na velocidade que a indústria brasileira necessita”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

Nos Estados Unidos, a vitória dos republicanos nas últimas eleições é um sinal positivo. O partido de oposição a Obama controla agora não só o Congresso mas também o Senado - o que torna a agenda do presidente ainda mais difícil de ser levada adiante.

Com uma exceção: historicamente, os republicanos são mais amigáveis ao livre-comércio do que os democratas e estão mais dispostos a conceder o fast-track. Essa disposição legal temporária permite ao presidente negociar e assinar acordos comerciais com outros países sem aprovação prévia do Legislativo.

Qualquer acordo entre Brasil e Estados Unidos, no entanto, seria negociado e assinado em um horizonte muito mais longo - e em um cenário político e econômico impossível de ser previsto por enquanto.

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