Aço: empresas exportadoras brasileiras já contataram seus clientes nos EUA e pediram a eles que ingressem com pedidos de exclusão dos produtos brasileiros da sobretaxa (China Daily/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de março de 2018 às 17h56.
Brasília - O presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Mello Lopes, disse nesta quinta-feira, 22, que a exclusão temporária do Brasil da lista de países sobre os quais os Estados Unidos aplicarão uma sobretaxa de 25% em suas importações de aço é uma boa notícia, mas deve ser analisada com serenidade. "O Brasil tem isenção na taxação por um período de 30 dias. Vai ter um processo negocial."
Por isso, o setor considera "imprescindível" que o presidente Michel Temer telefone para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e peça a exclusão definitiva do Brasil da lista. Lopes informou que conversou mais cedo com Temer e ele disse que o telefonema já estaria agendado. A conversa deverá ocorrer ainda nesta quinta.
O executivo também disse que tinha informações extraoficiais de que a Casa Branca fará dois anúncios hoje: a lista oficial de países excluídos e as regras para exclusão. A expectativa é de que, com isso, sejam esclarecidas dúvidas sobre como funcionará a exclusão. Se, por exemplo, os exportadores brasileiros precisarão depositar uma caução correspondente à sobretaxa.
Os esforços para liberar os produtos brasileiros da sobretaxa prosseguem. O Instituto contratou um escritório, o Steptoe & Johnson, para lhe dar apoio jurídico em Washington. Além disso, as empresas exportadoras brasileiras já contataram 100% de seus clientes nos Estados Unidos e pediram a eles que ingressem com pedidos de exclusão dos produtos brasileiros da sobretaxa.
Em outra frente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende ir a Washington e reforçar contatos com parlamentares americanos.