Câmbio: presidente da Abimaq admitiu que cotação "melhorou muito", mas observou que desvalorização de moedas emergentes ocorreu no mundo inteiro, o que não ajudaria na competitividade (Bruno Domingos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2013 às 15h39.
São Paulo - O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, defende que o patamar do dólar a R$ 2,40 "não está resolvido" para o setor de bens de capital.
Aubert admitiu que a cotação "melhorou muito", mas observou que a desvalorização das moedas emergentes ocorreu no mundo inteiro, o que não ajudaria na competitividade do setor.
"No Brasil, a valorização (do dólar) foi um pouquinho maior do que em outros país, porque a desvalorização aqui também foi maior no passado", disse.
Aubert repetiu que o câmbio segue como o pior fator de perda de competitividade da indústria brasileira e avaliou que, se a moeda norte-americana estivesse em R$ 2,60 ou R$ 2,70, parte da competitividade seria resolvida.
"Com o câmbio entre R$ 2,60 e R$ 2,70, recuperaríamos a competitividade com Estados Unidos e Alemanha, apesar de ainda não recuperarmos com a China", disse.
O presidente da Abimaq estimou ainda que o déficit comercial em toda a indústria de transformação, na qual o setor de bens de capital se inclui, deve ficar em US$ 100 bilhões este ano.
Aubert espera um segundo semestre um pouco melhor do que o primeiro, apesar da queda no faturamento de julho, já que os números de consultas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) têm tendência de alta. No entanto, 2013 deve registrar um desempenho pior do que no ano passado. "Achávamos que 2012 foi ruim, mas 2013 caminha para ser ainda pior do que no ano passado".