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Abimaq: caminhoneiro não terá mais lucro com queda do diesel

Razão, disse presidente, é que demanda por frete ainda é baixa, o que forçará caminhoneiro a aproveitar custo menor para reduzir o preço do serviço

Caminhoneiros: para executivo, antes da crise econômica, em razão de incentivos do governo, houve um aumento muito forte da venda de caminhões (Tomaz Silva/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2018 às 15h48.

Última atualização em 30 de maio de 2018 às 15h53.

São Paulo - O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas Equipamentos (Abimaq), José Velloso, afirmou nesta quarta-feira, 30, que é um engano dos caminhoneiros acreditar que vão ter um lucro maior com a queda do preço do diesel.

A razão, explicou Velloso, é que a demanda por frete ainda é baixa, o que vai forçar o caminhoneiro a aproveitar o custo menor para reduzir o preço do serviço.

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O executivo lembrou que, antes da crise econômica, em razão de incentivos do governo, houve um aumento muito forte da venda de caminhões. Com a recessão, o mercado de transportes passou a enfrentar alta ociosidade. Então, argumenta Velloso, num contexto de oferta grande e demanda pequena, o caminhoneiro terá de abaixar o preço.

"A margem de lucro não será recomposta com a queda do preço do diesel. Ele vai chegar no mesmo resultado com a redução do preço do frete", disse.

Em relação à Petrobras , Velloso considera que foi acertada a decisão de passar a aplicar reajustes de preços a cada 30 dias, pelo menos até o fim do ano. Para o executivo, a estatal vinha reajustando o preço com muita frequência porque é monopolista.

"Eu não defendo que a estatal volte a fazer o que o governo anterior fazia, mas quem tem concorrente não consegue repassar custo como a Petrobras faz", disse.

"O que o empresário quer, o que o consumidor da Petrobras, o que a indústria quer é previsibilidade. E a Petrobras precisa preservar seus clientes. Por que a Petrobras dá de ombros pros seus clientes? Porque ela é monopolista", disse.

Para a Abimaq, o nível atual da cotação do dólar, que tem subido em relação ao real desde abril, tem ajudado o setor a ser mais competitivo no mercado internacional.

"Nossas exportações estão acima da expectativa", disse Cristina Zanella, gerente de Economia e Estatística da associação. "Mas se subir um pouco mais que isso começa a prejudicar outros setores", ponderou.

A projeção da Abimaq para o faturamento em 2018 está mantida em crescimento em torno de 5%. No ano passado, o setor caiu 2,9%, para R$ 67,14 bilhões.

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