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Abegás eleva previsões para vendas de GNV após alta do PIS/Cofins

O consumo de GNV neste ano deverá crescer 13,5% em relação a 2016, ante 10% na previsão anterior, segundo dados da Abegás

GNV: "O GNV acaba sendo um combustível social neste momento de crise econômica", disse Mendonça (foto/Quatro Rodas)
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Reuters

Publicado em 31 de julho de 2017 às 22h02.

Rio de Janeiro - As distribuidoras de gás canalizado elevaram suas projeções para o consumo brasileiro de Gás Natural Veicular (GNV) em 2017 após o governo federal aumentar as alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis líquidos, segundo um levantamento feito pela associação das empresas do setor para a Reuters.

O consumo de GNV neste ano deverá crescer 13,5 por cento em relação a 2016, ante 10 por cento na previsão anterior, segundo os dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). Em 2016, a comercialização de GNV somou 5 milhões de metros cúbicos por dia.

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Em entrevista à Reuters, o gerente de Planejamento Estratégico e Competitividade da Abegás, Marcelo Mendonça, explicou que as vendas do GNV já vinham em trajetória de crescimento, com a ajuda da política de preços da Petrobras, que vem seguindo uma lógica de mercado desde outubro de 2016.

Por muitos anos, a petroleira estatal manteve preços abaixo dos praticados do exterior por determinação do governo federal, que utilizava a medida como forma de controlar a inflação. O movimento prejudicava a competitividade do GNV, assim como a do etanol hidratado.

"Mais recentemente existe uma tendência de liberalização dos preços dos combustíveis líquidos, com aproximação de preços internacionais... E volta a ter competitividade o gás natural", afirmou Mendonça, destacando que as vendas voltaram a crescer em 2016 após oito anos consecutivos de queda.

O cenário, juntamente com a pior recessão financeira da história recente do Brasil, fez com que os consumidores buscassem alternativas mais acessíveis para abastecer os seus veículos. A frota atual movida a GNV soma cerca de 1,9 milhão de veículos.

"O GNV acaba sendo um combustível social neste momento de crise econômica", disse Mendonça, destacando que é "praticamente impossível" que um taxista ou um autônomo, que se desloca mais de 50 km por dia, não esteja utilizando gás como combustível, devido a sua competitividade.

O volume médio comercializado de GNV cresceu 9 por cento no acumulado do ano até maio ante o mesmo período de 2016, para cerca de 5,3 milhões de metros cúbicos por dia.

No ano passado, houve um avanço de 2,9 por cento das vendas em relação a 2015.

Mas o avanço da comercialização deverá ser impulsionado ainda mais pelo aumento recente das alíquotas do PIS/Cofins da gasolina e do diesel, anunciado neste mês, de acordo com o levantamento da Abegás.

Mendonça destacou que, além da competitividade, o GNV oferece ao país uma redução de emissão de gases, além de uma menor dependência de importações de gasolina e diesel.

Segundo a Abegás, em 2016, o Brasil gastou 3,81 bilhões de dólares com a importação de 7,91 bilhões de litros de diesel e 2,92 bilhões de litros de gasolina.

"O GNV é o combustível do momento... a retomada é algo inevitável, vai acontecer", disse Mendonça, frisando que o próximo desafio do setor é alcançar veículos pesados, o que já acontece em países da Europa e da América do Sul.

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